As reações ao aumento tarifário de Donald Trump estão gerando novas tensões dentro do movimento bolsonarista. Em uma terça-feira, 15, o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro intensificou as críticas ao governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas.
No dia anterior, Eduardo havia classificado como um ‘desrespeito’ a tentativa de Tarcísio de estabelecer contatos com autoridades dos EUA para mitigar o impacto das novas tarifas. Eduardo enfatizou que Tarcísio parece não estar empenhado em proteger as empresas paulistas.
Em uma publicação na rede X, Eduardo escreveu: ‘Prezado governador @tarcisiogdf, se estivesse focado em nossa indústria ou comércio, estaria lutando contra o regime de exceção que ameaça a economia e as liberdades brasileiras. Contudo, sua subserviência às elites não reflete a defesa dos interesses nacionais’.
Eduardo compartilhou uma entrevista de Tarcísio, que respondia à alegação de desrespeito feita por Eduardo: ‘Neste momento, meu foco é São Paulo, seu setor industrial, sua indústria aeronáutica, de máquinas e equipamentos, nosso agronegócio, nossos empreendedores e trabalhadores’, afirmou Tarcísio à CNN Brasil.
Tarcísio encontra-se em uma situação delicada. Defender as tarifas e a lealdade a Bolsonaro poderia prejudicar a forte indústria paulista, que enfrenta o risco de perdas se Trump avançar com seus planos.
Nesta terça, Tarcísio se encontra com o Encarregado de Negócios da Embaixada dos EUA no Brasil, Gabriel Escobar, no Palácio dos Bandeirantes, em um evento com a presença de empresários. Escobar, sem um embaixador nomeado por Trump, desempenha atualmente o papel de maior liderança na embaixada. Em paralelo, o governo federal se reúne com líderes empresariais em Brasília.
Com a inelegibilidade de Bolsonaro, Tarcísio aparece como provável candidato da extrema-direita para as eleições presidenciais de 2026, enfrentando Lula. No entanto, a possibilidade de alguém da família de Bolsonaro, como Eduardo, entrar na disputa, não é descartada pelo entorno político do ex-presidente.