Uma adolescente de 12 anos foi alvo de injúria racial em uma escola municipal de Cachoeiro de Itapemirim, no sul do estado, em um incidente que ocorreu na última quinta-feira (20). De acordo com informações, a identidade da instituição de ensino e da jovem não será revelada para proteger a privacidade, conforme estipulado pelo Estatuto da Criança e do Adolescente.
Circunstâncias do incidente
Em relato à Polícia Militar, a mãe da adolescente informou que outros alunos, que pertencem a diferentes turmas na mesma escola, confrontaram a menina e a ofenderam em frente à instituição ao término das aulas.
Em uma entrevista, a jovem compartilhou que está muito abalada emocionalmente e não conhecia os agressores. Ela não entende a motivação para as ofensas e expressou seu desejo de não retornar à escola devido ao medo de sofrer nova injúria racial.
“O que fizeram comigo foi muito ruim, e eu gostaria que eles parassem. Parece que é uma ‘zoação’ em relação à minha cor, um tipo de preconceito. Eles riam e filmavam como se fosse engraçado, mas não é”, desabafou a adolescente.
Resposta da escola
A gestão da escola comunicou aos familiares que tomará as medidas necessárias conforme o Regimento Comum das Unidades de Ensino de Cachoeiro de Itapemirim. Entre as ações estão ouvir os envolvidos e seus responsáveis, além de encaminhar o caso para deliberação do Conselho Comunitário Escolar. A instituição se comprometeu a trabalhar para garantir um ambiente seguro e monitorar os estudantes envolvidos.
O gestor da escola explicou que havia ocorrido uma troca de provocações entre os alunos um dia antes do incidente, mas não conseguiu identificar a causa do desentendimento, já que os jovens não costumam interagir frequentemente.
Reação da família
Apesar do compromisso da escola, a mãe da adolescente expressou sua indignação: ao procurar a instituição, foi informada de que não poderia haver punições, pois a agressão teria ocorrido fora do ambiente escolar. Ela enfatizou sua revolta ao perceber que sua filha e outras crianças enfrentam discriminação.
“Ela não entende porque isso aconteceu, se é um erro nascer preta. O impacto psicológico é muito grande, e não há justificativa para tamanha crueldade”, declarou a mãe.
Investigação em andamento
A Polícia Civil agora investiga o caso por meio da Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente e ao Idoso (DPCAI) de Cachoeiro de Itapemirim. Devido à natureza do caso, as informações permanecerão em sigilo.
A Secretaria Municipal de Educação de Cachoeiro destacou que os pais da jovem e a família de um dos alunos envolvidos já foram atendidos. A apuração prosseguirá, e os envolvidos serão ouvidos para que as devidas ações sejam tomadas.
As ocorrências de injúria racial em escolas são preocupantes e refletem a importância de se abordar e combater o racismo em ambientes educacionais, garantindo assim um espaço seguro e respeitoso para todos os alunos.