Pesquisadores brasileiros com viagens programadas para os Estados Unidos devem considerar alternativas devido à incerteza sobre a concessão de vistos. A presidente da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), Denise Pires de Carvalho, aconselhou que se busquem outros países, já que isso pode ser feito antes de embarcar.
Até o momento, a Capes não registrou vistos negados para bolsistas, mas Denise destaca que muitos estudantes devem viajar em setembro, e a situação será mais clara em agosto. Ela mencionou que nem os estudantes nem a embaixada dos EUA podem prever o que ocorrerá.
Desde o início da administração Trump, houve um endurecimento nas regras de vistos para estudantes e pesquisadores internacionais nos EUA. Uma das exigências inclui a análise de redes sociais dos solicitantes, além de casos como a proibição da Universidade Harvard de admitir estudantes estrangeiros.
Denise enfatizou a importância de cooperação científica internacional após o Fórum de Academias de Ciências do Brics. Em 2024, mais de 700 projetos envolveram 61 países e resultaram na troca de milhares de pesquisadores entre o Brasil e outros locais.
Desigualdade Educacional
Nos últimos 20 anos, o número de cursos de mestrado e doutorado no Brasil aumentou significativamente. Apesar disso, existe uma disparidade regional na distribuição dos programas de pós-graduação, com o Sudeste e o Sul concentrando a maioria dos cursos.
Denise argumentou que reduzir as desigualdades regionais é crucial para o Brasil atingir níveis de desenvolvimento comparáveis aos de países desenvolvidos. Ela citou exemplos de sucesso como o da China, que melhorou seu PIB ao investir em ciência e tecnologia.
A Capes trabalha para minimizar essas desigualdades através de iniciativas como a flexibilização das regras para concessão de bolsas de pós-doutorado a programas de excelência e cursos em regiões de menor desenvolvimento.








