A Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Fazenda revisou a previsão do crescimento econômico do Brasil para 2025, ajustando de 2,4% para 2,5% a estimativa do PIB. Esta informação está no novo Boletim Macrofiscal divulgado recentemente pela SPE. Além disso, o boletim revisou a expectativa de inflação medida pelo IPCA de 5% para 4,9%.
O aumento da projeção do PIB foi influenciado pela revisão de estimativas do setor agropecuário e pelo mercado de trabalho aquecido. No entanto, não foi considerado o impacto potencial do aumento tarifário do governo Donald Trump, decidido após a compilação dos dados.
Desempenho Econômico e Tarifas
Ainda que tenha aumentado a previsão de crescimento do PIB, a SPE prevê que a economia desacelere no segundo semestre. Para 2026, a previsão de crescimento foi ajustada para 2,4%. A previsão para o IPCA permanece acima da meta de inflação do Conselho Monetário Nacional (CMN), estabelecida com um teto flexível de 4,5%. A expectativa para 2026 foi mantida em 3,6%.
Quanto às tarifas estadunidenses, a SPE observou que o impacto das tarifas mais altas provavelmente se limitará a setores específicos, com influência marginal sobre a projeção de crescimento para 2025.
Perspectivas dos Setores Produtivos
A SPE também revisou as projeções para os setores produtivos. Para a agropecuária, a previsão de crescimento do PIB foi elevada de 6,3% para 7,8%, refletindo melhores perspectivas para as safras de milho, café, algodão e arroz. O crescimento estimado para o setor de serviços aumentou ligeiramente de 2% para 2,1%. Já para a indústria, a previsão de crescimento foi reduzida de 2,2% para 2% devido à influência das altas taxas de juros.
Estimativas de Inflação
O Boletim Macrofiscal também revisou outras projeções de índices de inflação. O INPC, utilizado para ajustes do salário mínimo e pensões, deverá encerrar o ano com uma variação de 4,7%, uma leve redução comparada à estimativa anterior de 4,9%. Já a projeção para o IGP-DI, que inclui preços no atacado, construção civil e consumidor final, foi corrigida de 5,6% para 4,6%, mais sensível às variações cambiais.
Essas previsões fazem parte do Relatório de Avaliação de Receitas e Despesas, que será divulgado dia 22. Este relatório é bimestral e inclui projeções orçamentárias baseadas no desempenho das receitas, gastos do governo, e outros indicadores econômicos, contribuindo para decisões de bloqueio de gastos não obrigatórios em conformidade com metas fiscais.