Aloizio Mercadante, presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), elogiou o papel do Brics ao destacar a importância dos bancos de desenvolvimento, como o BNDES, na promoção de pesquisa e inovação, especialmente em países do Sul Global. A cúpula do bloco ocorreu em julho no Rio de Janeiro.
Mercadante analisou que os países do Brics estão liderando ações para reconstruir a cooperação multilateral e criar um novo marco regulatório nas finanças internacionais.
Ele também destacou a relevância do relacionamento com a China, afirmando que o Brasil não vê o crescimento chinês de forma negativa.
“No Brasil, acreditamos em parcerias com o Estado e o setor privado, pois a inovação demanda riscos que o mercado sozinho não pode assumir”, afirmou.
Durante um seminário sobre Transição Energética e Sustentabilidade, Mercadante ressaltou a crise global que exige novas soluções e a reavaliação da relação entre Estado e mercado.
“Temos que desenvolver nosso próprio caminho e contribuir para reconstruir instituições multilaterais e o direito internacional”, defendeu.
Ele também ressaltou o papel do Sul Global na criação de um novo pacto entre as nações para evitar um mundo monopolar.
Relações com a China
O embaixador da China no Brasil, Zhu Qingqiao, destacou a importância do Brics frente a medidas unilaterais e protecionistas, alertando sobre os desafios globais como crises climáticas.
“O Brics assegura que os países em desenvolvimento tenham seus direitos protegidos”, afirmou o embaixador.
Iniciativas em Pesquisa e Inovação
Mercadante anunciou que o BNDES, em parceria com a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), recebeu 618 propostas de criação e expansão de centros de PD&I, totalizando R$ 57,4 bilhões em investimentos.
Apesar de o orçamento do edital estar em R$ 3 bilhões, o BNDES e Finep planejam apoiar as melhores propostas.
As propostas incluem créditos, participação acionária e subvenções, abrangendo empresas nacionais e multinacionais de vários países.
Entre as propostas, 368 são para novos centros de pesquisa, indicando um potencial de contratação de milhares de pesquisadores e técnicos.
“É vital que as universidades promovam inovação, atraindo pesquisadores para soluções práticas”, declarou Mercadante.
Os centros de PD&I integram laboratórios e plantas dedicadas à pesquisa e inovação, colaborando com universidades e instituições científicas.
O Papel do Brics
O Brics, composto por Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul e outros, representa uma parcela significativa da economia e do comércio globais.
Esses países foram destino de 36% das exportações brasileiras em 2024, enquanto o Brasil importou 34% de seus produtos desses países.