Apesar de já existir na literatura há anos, o termo feminicídio passou ser utilizado há poucos anos. Antes, quando uma mulher era executada pelo seu atual, ou ex-companheiro, o crime era conhecido por passional.
“O feminicídio é um crime de gênero. É a mulher ser assassinada pelo simples fato de ser mulher”, como explica a delegada Michelle Meira, responsável pelo núcleo de enfrentamento a violência contra mulher.
Em 2015 o feminicídio entrou na lista de crimes hediondos, com penas mais altas, de 12 a 30 anos. É considerado feminicídio quando o assassinato envolve violência doméstica e familiar, menosprezo ou discriminação à condição de mulher da vítima.
O Espírito Santo é um lugar perigoso para ser mulher. Tanto que aqui foi o primeiro estado a criar uma delegacia específica para investigar assassinatos contra as mulheres. De janeiro a agosto, 54 mulheres foram mortas. Destas, 22 foram confirmadas como feminicídios. Também são contabilizados outros homicídios, como por envolvimento com o tráfico de drogas, por exemplo. No mesmo período do ano passado, foram 61 mulheres mortas. Destes 24 foram feminicidios confirmados.
Hoje o Espírito Santo é o 10º estado onde mais se comete este tipo de crime. O topo é ocupado pelo estado de Rondônia.
Um caso que marcou os capixabas, foi a morte da jovem Ana Carolina Kurth, assassinada a facadas dentro de um apartamento no Centro de Vitória. O acusado do crime, Matheus Stein foi preso dois dias depois no norte do Estado.
Todos os feminicidios deste ano foram cometidos por atuais, ou ex-companheiros. “O homem acha que é dono da mulher. Tem essa cultura de não aceitar términos de relacionamentos e acabam cometendo crime”, explica Michelle Meira.
O Espírito Santo possui delegacias especializadas na mulher em todos os municípios da Grande Vitória. Os endereços podem ser conferidos no portal da SESP.
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