A investigação do desaparecimento do perito aposentado da Polícia Civil (PC) Celso Marvila, de 64 anos, aponta que o crime foi cometido no dia 3 de agosto em um pavilhão do Jockey de Itaparica, em Vila Velha.
A PC concluiu que o perito aposentado foi morto entre 17h e 18h30, pois ao menos três funcionários do estabelecimento viram Marvila com vida, por volta das 17h, no interior do Jockey. Até o momento, a polícia ainda não encontrou o corpo do perito aposentado.
Por meio de câmeras de videomonitoramento, a polícia conseguiu identificar veículos de suspeitos de envolvimento no crime. Por estas imagens, deflagraram a Operação Mangalarga nesta quarta-feira (21), que cumpriu mandados de prisão nos bairros Ataíde e Jockey de Itaparica.
- Wenos Francisco dos Anjos, de 44 anos: sargento do Corpo de Bombeiros é apontado como o “cabeça” do crime e quem não recebeu parte do dinheiro pelas vendas feitas pela vítima, sendo um dos executores;
- Wesley Francisco dos Anjos, de 49 anos: irmão do sargento e sócio do Jockey Clube, que não gostava da administração de Celso Marvila;
- Anderson Sirilo, de 40 anos: funcionário do Jockey Clube, que possivelmente não estaria satisfeito com a venda feita pela vítima;
- Andressa Rodrigues Corrêa, de 27 anos: cozinheira do Jockey Clube e namorada do sargento, ela serviu como álibi, bebendo com o companheiro das 22h à meia-noite.
Em setembro, a polícia realizou outras duas operações relacionadas ao caso, em que foram presos o policial militar reformado Lucas dos Santos Lage, que estava com drogas e material para embalo em casa, e o gerente do Jockey Clube, Milton Cândido da Silva Filho.
- Milton Cândido da Silva Filho, de 40 anos: um dos gerentes do Jockey Clube, que era bastante próximo de Wenos, e também teria participado da execução
- Lucas dos Santos Lage, de 35 anos: policial militar reformado que era parceiro do sargento e também seria um dos executores.
Motivação
Marvila, que era presidente do Jockey Clube há cerca de um ano, passou a suspender títulos de inadimplentes e de outros sócios, pois o local estava em processo de venda de algumas áreas por valores milionários.
De acordo com o titular da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Vila Velha, delegado Tarik Souki, o Jockey Clube já havia vendido a parte dos fundos por R$ 40 milhões e estava em processo para venda da parte da frente, pelo valor de aproximadamente R$ 140 milhões.
Por imagens de videomonitoramento de um shopping que fica próximo do local, a polícia descobre que às 18h39 o carro de Marvila é levado até o pavilhão onde a polícia acredita que o crime tenha acontecido.
Logo após, outro carro estaciona e fica por cerca de cinco minutos. Em seguida, sai, acompanhado do carro de Marvila, às 18h46. O carro do ex-militar, uma caminhonete L200, foi encontrado queimado horas depois na estrada para Xuri, no mesmo município.
A Polícia Civil acredita que nesse meio tempo, a vítima foi capturada e morta em um dos pavilhões que fica na parte mais baixa do Jockey Clube.
De acordo com o delegado Tarik Souki, dos seis presos, cinco estavam no local e no mesmo horário do crime no Jockey Clube. Somente a namorada do sargento, Andressa Rodrigues Corrêa, que não estava no local no momento do crime, detalhou a PC. Contudo, foi presa porque sabia do crime e colaborou com o álibi do companheiro.
Quatro pessoas são presas por suspeita de participação no desaparecimento do perito da PC