Em novembro de 2025 acontecerá a COP30, e se você achava que a construção de uma auto-estrada no meio da Amazônia era ruim, ou que a falta de participação dos povos originários na COP30 era o máximo de descaso que veríamos, então sinto informar que só está começando.
Comecei a acompanhar as desgraças que circulam a COP30 com um vídeo do Lucas Perpetuo, em especial um que ele fala sobre as árvores artificiais que foi a solução “sustentável” para arborizar a cidade. Deixo o vídeo linkado AQUI.
Um breve resumo sobre o assunto é que “o sistema é inspirado em modelos usados em Singapura e foi nomeado inicialmente de ‘árvores artificiais’ pelo próprio governo. No entanto, a iniciativa causou polêmica nas redes sociais entre ambientalistas, paisagistas e até mesmo entre a população civil; influenciadores também fizeram críticas”(G1 Pará).
Uma chamada mais contundente sobre a instalação dessas árvores foi no Portal Sumaúma: “Árvores fake são a nova invenção antiecológica do governo do Pará para receber a COP30” E aqui reproduzo um recorte da matéria escrita por Guilherme Guerreiro Neto no Portal Sumaúma, que sintetiza bem o que aconteceu: “Apelidadas de ecoárvores pelo governo do Pará, as árvores fake são a nova polêmica antiambiental que envolve a chegada da COP30 a Belém. O governo tem, desde o ano passado, derrubado áreas de Floresta para fazer obras que abrem espaço para a circulação de carros na capital do estado e violam direitos de populações tradicionais na região metropolitana. Depois das críticas, a gestão de Helder Barbalho (MDB) precisou trocar o nome de suas árvores fictícias para jardins suspensos, já que o eco que ressoa, de fato, é mesmo o da falta de árvores reais”.
Com mais obras e cada vez menos verde, que sentido faz essas iniciativas para receber um evento que visa falar de Mudanças Climáticas? De acordo com o próprio site do Governo Federal, a COP30 é uma oportunidade histórica pro Brasil REAFIRMAR seu papel de liderança nas negociações sobre mudanças climáticas e sustentabilidade global. Uma liderança que, apesar de ter diminuído com o desmatamento, permite soluções antiambientais para um evento que só vai servir para NEGOCIAR.
Reforcei as palavras reafirmar e negociar, porque dão a sensação que a COP30 não passa disso, uma pura reafirmação que não leva a prática ambiental e uma negociação de como destruir o planeta mais rápido. Se a COP30 não fosse mais um balcão de negócio da burguesia global, não teríamos visto mobilizações indígenas pedindo para participar do evento. O que vimos foi as 10 maiores empresas globais confirmando participação na COP30. Por que quem mais destrói e que se beneficia da exploração da natureza tem interesse em mudança climática?
No Brasil vemos uma correria de parlamentares, que defendem os interesses dos super ricos, para aprovar a PL da Devastação. Será mesmo que se importam com quem sofre as consequências da destruição da natureza? Será que se preocuparam com as vítimas de Mariana e Brumadinho? E esse último tem histórico de lobby intenso para não indenizar as famílias das vítimas, ao ponto que precisaram abrir um processo em Londres para ter justiça social.
Indico dois vídeos sobre as tragédias de Mariana e Brumadinho, basta clicar nos nomes dos vídeos a seguir: “Tragédia de Mariana: 9 anos depois do maior desastre ambiental do Brasil” e “Quando o crime compensa: o caso Brumadinho”.
Enquanto tragédias continuarem a acontecer, eventos “ambientais” serem cooptados para negócios bilionários, reafirmação for visto como “liderança” e obras destruírem o país, além de negarem a participação daqueles que realmente são a solução para a emergência climáticas (leia-se: os povos originários), então a COP30 realmente não passa de uma jardinagem artificial, onde a natureza é explorada para enriquecer empresas bilionárias globalmente e nós vemos pessoas morrer no noticiário por falta de “planejamento ambiental”. A defesa do futuro, de minimamente garantir um futuro, nunca foi tão urgente.
