Hoje é aquele dia em que muitos tomam mais cuidado com escadas, espelhos e gatos pretos. É o dia em que qualquer revés pode ser explicado pelo dia em que estamos, a sexta-feira 13. A desconfiança com a data, apesar de antiga, é mais relacionada com os países de maioria cristã.
A maldição do 13 nasce com os relatos da última ceia de Cristo. Naquela ocasião os presentes eram 13 pessoas. Mais de mil anos depois, na sexta-feira 13 de outubro de 1307, o rei Filipe IV da França decretou a prisão dos Cavaleiros Templários, que foram queimados vivos.
Antes de sua execução, porém, o Grão-Mestre dos Templários, Jacques de Molay, teria lançado uma maldição antes de morrer. Esse relato pode ter contribuído para a associação da sexta-feira 13 ao azar e às demais crenças relacionadas a essa data.
As superstições, no entanto, sempre fizeram parte das nossas vidas em todos os seus setores, inclusive na música. Não é difícil encontrarmos manias ou rituais presentes na biografia de cantores, compositores e instrumentistas. Vamos começar por Johann Sebastian Bach que acreditava ser sua música um presente divino.
Antes de escrever uma música, Bach tinha dois hábitos: fazer uma breve oração e escrever as iniciais “JJ” (Jesu Juva, que significa “Jesus, ajuda”) no início de suas partituras. Ao finalizar sua obra, escrevia as seguintes iniciais: “SDG” (Soli Deo Gloria, que significa “Glória somente a Deus”), uma forma de expressar sua gratidão e sua humildade pelo seu talento musical.
No que se refere a cores de roupas, sabemos que Roberto Carlos não é muito fã do roxo ou do marrom. Ele sempre dá preferência ao azul. Da mesma forma, Wolfgang Amadeus Mozart acreditava que usar calças verdes traria sorte antes de uma apresentação importante. Além disso, Mozart também tinha o hábito de segurar uma bola de bilhar durante suas apresentações. Muitos acreditam que isso seria uma forma de buscar conforto e ajudar no alívio de sua ansiedade.
Outra lenda muito comum entre os músicos é a do pacto com o diabo. Uma história muito conhecida envolve um dos maiores nomes do blues, o guitarrista Robert Johnson. Ele teria vendido a sua ao Diabo, num cruzamento de uma estrada poeirenta do sul dos Estados Unidos, em troca de ser o maior guitarrista de blues da história.
No Brasil, o pacto com o Diabo é comum entre os violeiros, que escapam das penas do inferno ao apelarem para Deus logo após à morte. Como o Criador aprecia o som da viola caipira, Ele envia os seus anjos para salvarem o músico.
A sua música Crossroads teria sido inspirada por esse evento e, por isso, muitos afirmam que ela foi amaldiçoada. Uma prova disso seria o fato de tanto os Lynyrd Skynyrd e os Allman Brothers morrerem na banda após terem gravado as suas versões de Crossroads. Robert Johnson é considerado um dos mais icônicos guitarristas da história, mas não viveu o suficiente para aproveitar a sua fama. Morreu aos 27 anos.
Aliás, 27 anos foi a idade em que muitos músicos famosos deixaram a vida. O que levou muitos a acreditarem em uma maldição ao redor dessa idade. Dentre os que faleceram aos 27, podemos citar Brian Jones (o primeiro guitarrista dos Rolling Stones), Jim Morrison, Janis Joplin, Jimi Hendrix, Kurt Cobain e Amy Winehouse. Com exceção dos dois últimos artistas, os outros citados tinham um J no nome, como Robert Johnson e John Lennon, que foi assassinado aos 40 anos.
Por mais inspirados que pareçam, os músicos são pessoas comuns em muitos aspectos, inclusive das manias e crenças. A única diferença é que eles usam isso tudo para criarem e se comunicarem conosco. Talvez, por isso, que sua arte nos toque e marque nossas vidas.