segunda-feira, 12 de maio de 2025

Por que estou cansada das redes sociais e voltando aos livros de papel

Hoje vou falar de algo que tem me incomodado profundamente: as redes sociais. Sim, eu disse isso! Estou cansada. Cansada da superficialidade, da rolagem infinita, da sensação de que estou sempre correndo atrás de algo que nunca chega. Cansada de ver a vida passar em forma de stories, reels e posts que, no fim, não me alimentam a alma. Como alguém que estuda muito sobre a psicologia analítica, percebo que essa fadiga digital não é só minha, é coletiva.

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Jung já nos alertava sobre a importância de nos conectarmos com o que é real, com o que nos nutre simbólica e emocionalmente. E, cá entre nós, nada me nutre mais do que a experiência de ler um livro de papel. Sim, aqueles que você segura, sente o cheiro das páginas e ouve o som suave do virar de cada folha. Isso, para mim, é terapia.

Ler um livro físico é uma experiência sensorial completa. É tátil, olfativa, visual e até auditiva (quem nunca se encantou com o barulhinho das páginas?). Se você não se encantou com isso, está vivendo errado! Brincadeiras à parte, quando folheamos um livro, estamos presentes. 

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Não há notificações piscando, nem a tentação de dar uma “espiadinha” no feed. É só você e o texto, numa relação íntima e profunda.

Eu sou o tipo de pessoa que marca trechos, sublinha frases, faz anotações nas margens, é quase um diálogo com o livro. Não é apenas consumir informações, é interagir com ela, refletir, questionar, criar conexões. É como se o livro se tornasse uma extensão da mente, um espaço seguro para explorar ideias e emoções.

Na psicologia analítica, os objetos têm um poder simbólico enorme. Um livro de papel não é só um conjunto de páginas impressas; é um recipiente de histórias, saberes e emoções. Quando você segura um livro, está segurando um pedaço do inconsciente coletivo, algo que transcende o tempo e o espaço.

E, ao contrário das redes sociais, que muitas vezes nos deixam com a sensação de vazio e dispersão, os livros nos ajudam a nos centrar. Eles nos convidam a entrar em contato com nós mesmos, a explorar nossas sombras e a buscar significado. É uma jornada interior, e não há algoritmo que substitua isso.

As redes sociais são como um mar superficial, muito agitado, cheio de cores e movimentos, mas raso. Já os livros são como oceanos profundos, cheios de mistérios e tesouros escondidos. Enquanto as redes nos distraem, os livros nos transformam.

E não me entendam mal, não sou contra a tecnologia, afinal, trabalho com ela todo santo dia, sei que ela tem seu lugar e sua utilidade. Mas, quando percebo que estou mais preocupada em curtir uma foto do que em curtir o momento presente, sei que algo está fora de equilíbrio. E é aí que volto aos livros, como um refúgio, um lugar onde posso respirar fundo e me reconectar com o que realmente importa.

Se você também está cansado do barulho das redes sociais, experimente desligar o celular e pegar um livro pra ler. Mergulhe fundo na experiência de folhear as páginas, de marcar trechos que importam para você, anote suas reflexões nas margens. (minha irmã biblioteconomista vai odiar essa minha sugestão de escrever no livro, pois ela diz que em livro não se escreve, mas eu super recomendo!) Permita-se mergulhar nessa jornada interior, sem pressa, sem distrações.

Porque, no fim das contas, a vida não acontece na tela de um smartphone. Ela acontece aqui e agora, nas pequenas coisas que nos tocam a alma. E, para mim, poucas coisas são tão libertadoras quanto a experiência de ler um livro de papel.

Então, que tal fechar este site (depois de terminar de ler, é claro!) e pegar aquele livro que está esperando na sua estante? A sua mente e o seu coração vão agradecer.

 

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Cínthia Aguiar
Cínthia Aguiar
Minha vida é marcada pela curiosidade e pela busca por conhecimento. Tenho uma trajetória acadêmica e profissional bem diversificada. A psicologia junguiana, no entanto, ocupa um lugar especial em meu coração. Sou especialista em psicologia junguiana, estudante assídua de símbolos e arquétipos. Sempre com uma xícara de café na mão, buscando respostas para as grandes questões da existência. Acredito que o autoconhecimento é a chave para uma vida mais plena e autêntica.

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