Por mais de duas décadas, Neide Lima, cofundadora do PSB no Espírito Santo, tem sido uma figura central na luta pela ampliação da participação feminina na política brasileira. Em entrevista recente, ela compartilhou reflexões sobre sua trajetória, destacando momentos marcantes de sua militância, conquistas institucionais e o impacto duradouro de seu ativismo.
Neide foi peça-chave na criação da Secretaria da Mulher, um marco em um período em que os espaços políticos eram predominantemente masculinos e as pautas femininas ainda engatinhavam dentro dos partidos. Hoje, ela vê com orgulho mulheres que orientou ocupando cargos importantes — prova de que sua luta gerou frutos concretos.
O que torna sua história ainda mais inspiradora são os detalhes humanos que ela divide: uma noite inusitada enfrentando uma invasão de baratas ao lado de outras militantes enquanto organizavam a formação da Secretaria Nacional da Mulher; o abraço emocionado de Eduardo Campos, em Pernambuco, ao reconhecê-la publicamente por sua atuação. Em cada lembrança, há a certeza de que sua entrega não foi movida apenas por paixão política, mas por amor à causa das mulheres.
Neide também renova seu compromisso com a equidade de gênero e a justiça social. Seu chamado é claro: as mulheres precisam ocupar os espaços de poder. Ela rejeita o conformismo diante dos obstáculos e insiste que derrotas iniciais não devem ser motivo para desistir. Pelo contrário, são parte do caminho. Cita com entusiasmo exemplos de políticas que só venceram após várias tentativas — e encoraja que outras façam o mesmo.
Sua voz é um lembrete potente de que mudanças estruturais são possíveis quando há coragem coletiva, persistência e liderança com propósito. É preciso mais do que cota: é preciso vontade de transformar, abrir caminhos e garantir que as próximas gerações encontrem portas menos pesadas para empurrar.