Em meio ao crescimento desordenado das cidades, às crises habitacionais e aos desafios da mobilidade, falar de cultura pode parecer secundário. Mas não é. A difusão cultural é uma peça-chave para o desenvolvimento urbano equilibrado, humano e inclusivo. Ela está diretamente ligada à forma como ocupamos os espaços, como nos relacionamos com o território e com o outro. E, nesse cenário, a arquitetura e o urbanismo têm um papel fundamental.

A cidade é, por essência, um organismo cultural. Cada praça, cada rua, cada edifício carrega camadas de história, memória e identidade. Quando os planejadores urbanos e arquitetos projetam espaços que acolhem a diversidade cultural — centros comunitários, bibliotecas públicas, teatros, feiras, museus de bairro, grafites autorizados, mobiliário urbano interativo — eles não estão apenas desenhando volumes ou fluxos: estão criando oportunidades de encontro, expressão e pertencimento.
Na Serra temos a Secretaria de Turismo, Cultura, Esporte e Lazer (Setur) que é responsável por planejar e coordenar atividades que garantam a difusão da cultura e a valorização das raízes culturais serranas. A Setur atua também em ações de incentivo ao turismo, esporte e lazer para a população.
Temos abaixo alguns exemplos de projetos de difusão cultural na Serra.

No dia 22 de março de 2025 aconteceu a 13ª edição da Caminhada Noturna dos Zumbis Contemporâneos, evento que celebra os 176 anos da Insurreição de Queimado. Os participantes se encontraram em frente à Igreja Matriz Nossa Senhora da Conceição, na Serra Sede, às 23h59 de onde seguiram até as ruínas de Queimado, percorrendo um trajeto de cerca de 16 km.
Difundir cultura no tecido urbano é promover o acesso à arte, ao conhecimento e à memória coletiva em todas as regiões da cidade — não apenas nos centros históricos ou bairros nobres. É garantir que uma criança da periferia possa ter uma sala de leitura na escola com vista para um pátio arborizado, que um idoso tenha onde contar histórias na praça do bairro, que artistas locais tenham espaços para criar e expor sua obra sem precisar migrar para os grandes centros.
A arquitetura tem o poder de traduzir essas demandas em espaços reais, vivos e pulsantes. Já o urbanismo, como ciência social aplicada, é responsável por pensar esses usos em escala macro, conectando cultura, território e cidadania. Juntos, eles podem transformar a cidade em um instrumento de democratização cultural.
Quando a cultura está presente no planejamento urbano, a cidade deixa de ser apenas um cenário e passa a ser protagonista da transformação social. Porque, no fim das contas, uma cidade culturalmente viva é uma cidade mais segura, mais justa e mais humana.