Às vezes, o suficiente é o suficiente. Afinal, ninguém quer ser aquela pessoa que insiste em abrir uma garrafa já vazia, não é? Parece dramático, mas é totalmente real. Vivemos numa ciranda louca de querer sempre mais — uma autocobrança destrambelhada. E nem percebemos que, ao tentar espremer tudo como quem aperta limão até a última gota, acabamos lambuzados no caos. Chega a ser engraçado e trágico ao mesmo tempo.
Quantas vezes você já deu o seu “mínimo” em uma entrega — seja no trabalho, na faculdade ou em qualquer outro projeto — e, ainda assim, foi recebido por terceiros com olhos de admiração? “Mas eu fiz correndo, poderia ter sido melhor…”, é o que você pensa. Mesmo diante da validação e da assertividade dos resultados, lá vem ela, a campeã da autossabotagem: a autocobrança, que insiste em mostrar que algo não foi suficiente.
A questão é que nunca sabemos quando o suficiente realmente é suficiente. Esse momento não vem com placas luminosas dizendo “pare aqui”. É mais como uma epifania discreta, quase tímida, que nos convida a sentar e refletir. O básico — o famoso arroz e feijão — bem feito, dispara na frente do diferentão mal feito. No entanto, a ideia de “precisar de mais” ou “precisar ser melhor” muitas vezes não passa de um vício disfarçado de ambição.
E isso dá um nó na cabeça, não dá? Se o suficiente é uma medida, por que estamos constantemente tentando esticá-la, como elástico de cabelo já desgastado? Talvez seja o medo de parecer acomodado, de não ser “bom o bastante”. Não me entenda mal: ser ambicioso e buscar se superar é importante, mas não adianta querer pular etapas num processo em que os degraus precisam ser conquistados um por vez.
Então, aprenda a abraçar o suficiente quando ele aparecer. Nem tudo precisa ser épico, grandioso ou uma avalanche de estímulos. Às vezes, fazer bem feito é justamente tudo que precisamos. E sabe qual é o melhor de tudo? Quando você entende isso, o mundo parece desacelerar. Menos pressão, mais paz. Afinal, às vezes o suficiente não só basta — ele também é perfeito.
OBS.: Faço do meu texto a minha própria autocrítica. Quem sou eu para falar, né? Mas, já falando…