sábado, 8 de fevereiro de 2025

Entrevista com Luana e Meiriely: representantes do Moto Grupo Raposas do Asfalto na Feira ESX

Este episódio do programa “Todas Elas”, da Rádio Palavra de Mulher, foi transmitido na ESX, a maior feira de inovação do Espírito Santo, em junho de 2024. As entrevistadas foram Luana Dalpra e Meiriely Ramos. A Luana é fundadora do Moto Grupo Raposas do Asfalto, e a Meiriele é a presidente.

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Entrevistadora: Eu falei moto clube, a Céia me corrigiu. Qual é a diferença de moto clube para moto grupo?

Luana: Então vamos lá. Por que moto grupo? É uma pergunta interessante. Se você olhar o nosso brasão, ele até está escrito “moto clube”, porque quando a gente criou, foi algo assim muito espontâneo. E aí, decidimos: vamos passear, criar um grupo, começar algo diferente. E aprofundando os conhecimentos, descobrimos que o moto clube em si exige algumas regras, leis, fundamentos, que não condizem com o moto grupo. A nossa finalidade hoje é passear com mulheres, formar um grupo apenas de mulheres. Um grupo é a união de pessoas com um propósito comum, e o nosso propósito é conhecer o Espírito Santo. A gente não sai do Espírito Santo, é só um grupo de mulheres, e não seguimos algumas regras e diretrizes que um moto clube segue. Então, grupo é essa união de mulheres para poder seguir pelas estradas, então a gente segue sendo moto grupo e não moto clube.

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Entrevistadora: Entendi! Mas o que inspirou vocês a falarem: “Vamos criar um grupo só de mulheres para andar de moto”? De onde veio isso?

Meiriely: O nosso grupo começou de forma descompromissada. A gente não tinha ideia do que ele iria se tornar. Eu participava de uma rede social e, lá, participava de grupos de motos, porque já sou motociclista há muitos anos. Em uma dessas interações, conheci uma pessoa que fazia parte do grupo também. Ela queria andar de moto, mas estava sozinha. Tinha acabado de tirar a carteira, acabado de comprar a moto, e queria buscar outras mulheres para andar junto. Foi o propósito dela, e eu entrei de cabeça nessa ideia. Minha cunhada, que também é fundadora do moto grupo, tinha acabado de comprar a moto dela. Estava na minha casa, e fomos ao encontro dessa outra participante.

O encontro foi tão bom, que tivemos muita afinidade. Era pandemia, não tínhamos muito o que fazer, e queríamos algo para sair da rotina. Abrimos um grupo no WhatsApp com nós três, e ali começamos a incluir outras mulheres. Aos poucos, o grupo cresceu. Rapidamente, surgiu o brasão, as ideias… Tudo foi acontecendo. Foi algo bem simples no início, mas ganhou força. Depois, fomos destaque em um jornal, e o grupo deslanchou: de 17 mulheres, passamos para cerca de 70 em pouco tempo.

Luana: Exatamente. O grupo começou na pandemia, e chamou a atenção porque ajudava muitas mulheres a superarem momentos difíceis. Teve uma integrante, por exemplo, que perdeu o pai e entrou em depressão. Ela se sentia sozinha, como muitas pessoas na pandemia. Mas, nos passeios, a liberdade que a moto proporcionava e o contato com outras mulheres eram terapêuticos. Era como se fosse uma cura. A gente fazia passeios, sentava e conversava sob o sol. Até que o jornal nos procurou para contar nossa história. Quando aparecemos na capa, apenas em um final de semana, o grupo cresceu muito.

Entrevistadora: Só mulheres podem participar?

Meiriely: Sim, só mulheres. Somos um grupo privado e prezamos pelo respeito às diretrizes do motociclismo, mas o foco é criar um espaço exclusivo para mulheres. Quando saímos nos passeios, é um momento só nosso, sem obrigações de casa, filhos, marido… É um escape, sabe? Todas as dores, todas as experiências, a gente troca entre si, e isso faz muito bem. Muitas mulheres que entraram estavam enfrentando depressão ou momentos difíceis. Hoje, a gente vê o quanto o grupo traz energia e renovação para cada uma.

Luana: No nosso grupo, valorizamos justamente isso: nenhuma mulher deve se sentir excluída. Temos mulheres com experiências completamente diferentes. Por exemplo, meninas de 19 anos que estão começando a andar, até mulheres com 60, 65 anos, que nos surpreendem com sua energia.

Meiriele: Temos uma frase no grupo: “Não importa a cilindrada, porque uma raposa nunca se intimida.” Ou seja, não importa se a moto é grande ou pequena, o importante é participar. Basta ser mulher e ter moto.

Entrevistadora: E como é nas redes sociais? Vocês recebem muitas novas integrantes por lá?

Luana: Sim! No Instagram, estamos como @raposasdoasfalto. Sempre compartilhamos as novidades, passeios e as ações sociais que fazemos.

Meiriely: Falando nisso, além dos passeios, temos forte participação em ações sociais. Já visitamos casas de idosos, orfanatos e realizamos campanhas, como arrecadação de brinquedos no Dia das Crianças. Também fazemos ações no Outubro Rosa e organizamos doações de sangue. É muito além de moto. É sobre fazer a diferença na sociedade.

Luana: É lindo quando vemos várias motos chegando juntas em uma ação social, como essas visitas. As crianças ficam animadas, os idosos se alegram. São momentos gratificantes.

Entrevistadora: Vocês estão promovendo empoderamento feminino e inclusão de verdade. Que trabalho maravilhoso!

Luana: Muito obrigada! Para nós, andar de moto vai muito além da liberdade. É sobre ser comunidade, apoiar e levantar umas às outras.

Entrevistadora: Parabéns, meninas! Foi um prazer receber vocês aqui no programa.

Céia: Obrigada por trazerem tanto brilho para essa conversa.

Luana e Meiriely: Nós que agradecemos, de coração!

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Céia Poubel
Céia Poubel
Fundadora e CEO da Rádio Palavra de Mulher. Idealizadora do CRAMVIVE de Vila Velha.

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