As denúncias feitas pelo influenciador Felca Bress, em vídeo publicado recentemente, destacaram os riscos que as redes sociais representam para crianças e adolescentes. O caso chamou atenção para a falta de regulação sobre o uso de imagens de menores nesses espaços virtuais, causando impacto no Congresso Nacional e na sociedade.
Especialistas orientam pais e responsáveis sobre como proteger crianças e adolescentes online, destacando também o papel das escolas e de órgãos públicos na defesa dos direitos dessa população.
Classificação indicativa
Segundo a ativista Sheylli Caleffi, é essencial respeitar a classificação indicativa das plataformas. Por exemplo, o Instagram não é recomendado para menores de 16 anos, enquanto TikTok e WhatsApp não devem ser usados por menores de 13 anos.
Responsáveis devem verificar as idades informadas e configurar os perfis para restringir o acesso de desconhecidos, criando contas privadas para garantir maior segurança.
“Quando você decide dar acesso aos seus filhos nos ambientes digitais, precisa também olhar a configuração daquilo que escolheu dar acesso”, afirma Caleffi.
Segundo dados do Cetic.br, 93% dos brasileiros entre 9 e 17 anos usam internet, e 30% já tiveram contato com desconhecidos online.
Cuidados ao postar fotos
Mesmo sem contas próprias, crianças podem ser expostas ao risco quando familiares compartilham suas imagens. Caleffi alerta que redes sociais são ambientes comerciais, não álbuns de família.
“Algo que é sagrado para muitos pode ser erotizado por outros. Imagens postadas podem ser facilmente tiradas de contexto”, explica.
Apenas responsáveis legais devem decidir sobre a exposição de imagens de menores, mantendo sempre contas privadas para controle de acesso.
Adultização dentro e fora das redes
O caso evidenciou também a adultização de crianças, com comportamentos e aparências inadequados para a idade, que podem causar danos psicológicos.
Caleffi questiona: “Crianças de 4 anos insatisfeitas com o corpo – onde estão vendo isso?” e recomenda o uso de aplicativos de mediação parental para monitoramento.
Além das famílias
A professora Vládia Jucá, da UFC, destaca que a proteção de menores é responsabilidade coletiva, conforme previsto no ECA, envolvendo escolas, saúde e assistência social.
Jucá ressalta a importância de espaços de escuta para identificar problemas e reforça a necessidade urgente de regulamentação das plataformas digitais.
Denúncias
Violações de direitos humanos contra crianças e adolescentes podem ser denunciadas pelo Disque 100, serviço gratuito disponível 24 horas.
