5 de dezembro de 2025
sexta-feira, 5 de dezembro de 2025

Bravura da tripulação do Vital de Oliveira é testemunha de resistência

Cerca de três minutos foram suficientes para desencadear uma das maiores tragédias da história naval brasileira. Na noite de 19 de julho de 1944, durante a Segunda Guerra Mundial, o Navio-Auxiliar “Vital de Oliveira” foi torpedeado pelo submarino alemão U-861.

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O ataque ocorreu ao sul do Cabo de São Tomé, na costa do Rio de Janeiro, resultando no afundamento do navio e na morte de cerca de 100 dos 270 tripulantes. Entre os mortos estavam três oficiais subalternos, suboficiais, sargentos, cabos, marinhos, grumetes, taifeiros, fuzileiros navais e um passageiro civil.

Um impacto devastador atingiu a popa do navio às 23h55, rompendo o costado e apagando as caldeiras, o que levou ao afundamento quase que imediato, tornando o “Vital de Oliveira” o único navio militar brasileiro a ser perdido para forças inimigas durante o conflito.

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Naquele momento crítico, o comandante João Batista de Medeiros Guimarães Roxo, assistido pelo Primeiro-Tenente Osmar Dominguez Alonso, ordenou que a guarnição se dirigisse aos postos de combate e disparou foguetes para sinalizar a escolta. Infelizmente, o submarino mergulhou logo após o ataque, dificultando sua localização.

Relatos de sobreviventes destacam o pânico e a confusão, com muitos tripulantes sem tempo para usar os botes salva-vidas. Os resgates ocorreram no dia seguinte por meio de embarcações, como o barco pesqueiro “Guanabara” e navios da Marinha.

A tragédia foi um marco em um período crítico para o Brasil, que havia declarado guerra ao Eixo dois anos antes, em resposta a múltiplos torpedeamentos de navios mercantes.

Durante a Segunda Guerra, o Brasil perdeu 31 navios mercantes e três embarcações de guerra, incluindo a Corveta “Camaquã” e o Cruzador “Bahia”, resultando em cerca de 982 civis e 486 militares da Marinha mortos no mar.

Tecnologia na pesquisa histórica

Oito décadas após o naufrágio, o casco do “Vital de Oliveira” foi encontrado a cerca de 35 milhas náuticas da costa de Macaé. A Marinha do Brasil, utilizando mergulhadores locais, fez a descoberta e atualmente está conduzindo estudos no local com o Navio de Pesquisa Hidroceanográfico que leva o mesmo nome da embarcação afundada.

Ambos os navios foram batizados em homenagem ao Capitão de Fragata Manuel Antônio Vital de Oliveira, Patrono da Hidrografia da Marinha, que perdeu a vida na Guerra do Paraguai.

Com tecnologia avançada, o atual “Vital de Oliveira” gerou modelos tridimensionais do relevo oceânico e do casco submerso, fornecendo insights sobre a posição e integridade do naufrágio. A operação mapeou a área do naufrágio e contribui para o projeto Atlas dos Naufrágios de Interesse Histórico da Costa do Brasil, ampliando o conhecimento sobre a presença naval brasileira durante a Segunda Guerra.

Memória e legado

O “Vital de Oliveira”, construído em 1910, foi incorporado à Marinha em 1931, tendo desempenhado funções logísticas vitais durante o conflito. A perda desta embarcação ressaltou a necessidade de treinamento rigoroso para os marinheiros brasileiros, além de evidenciar a vulnerabilidade do Brasil em relação à segurança marítima.

Dois dias após o naufrágio, a Marinha enfrentou outra tragédia com a perda da Corveta “Camaquã”. Essa história será abordada em uma data próxima, marcando 81 anos de acontecimentos significativos.

Além disso, o documentário “Vital: Memórias que não naufragaram” abordará a experiência do “Vital de Oliveira” e a participação da Marinha na Segunda Guerra Mundial, com lançamento previsto para este ano.


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