O Ministério da Saúde confirmou a ocorrência de dois casos esporádicos de sarampo no município de São João de Meriti, no Rio de Janeiro. As amostras foram analisadas pelo Laboratório Central de Saúde Pública Noel Nutels (Lacen-RJ) e pela Fiocruz. As crianças envolvidas, que são da mesma família, receberam atendimento médico e estão se recuperando bem.
Os novos casos não afetam o status do Brasil como um país livre da circulação do vírus do sarampo, rubéola e da Síndrome da Rubéola Congênita, status conquistado em novembro de 2024. Eventos esporádicos de sarampo têm sido observados em outras nações e, por isso, não são considerados alarmantes.
Brasil e a cobertura vacinal
Em novembro de 2024, o Brasil obteve recertificação como país livre do sarampo pela Organização Pan-Americana da Saúde (Opas/OMS), que já havia reconhecido essa condição em 2016. Contudo, a reintrodução do vírus foi registrada em 2018, resultado das baixas taxas de vacinação.
Neste ano, o Brasil intensificou a vacinação com a Tríplice Viral, que protege contra sarampo, caxumba e rubéola. A cobertura vacinal atingiu 95,22% para a primeira dose e 79,73% para a segunda dose, enquanto, em 2022, os índices eram de 80,7% e 57,64%, respectivamente. A vacinação é a medida mais eficaz para prevenir surtos de sarampo e está disponível gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS), sendo recomendada para indivíduos de 12 meses a 59 anos, de acordo com o calendário nacional de vacinação. Para crianças, a vacinação deve ser realizada aos 12 e 15 meses de idade.
Próximos passos do Ministério da Saúde
Na próxima semana, o Ministério da Saúde realizará uma visita técnica à Secretaria de Estado da Saúde do Rio de Janeiro (SES-RJ) com o intuito de apoiar as ações em andamento e planejar estratégias adicionais.
Casos anteriores e vigilância
Um caso anterior de sarampo foi confirmado em fevereiro deste ano, em Itaboraí (RJ), envolvendo uma criança de seis anos que foi atendida em outubro de 2024. Os dois casos não estão relacionados, conforme afirmado pelos técnicos da vigilância estadual.
Diversas medidas de vigilância em saúde foram adotadas em resposta à suspeita de sarampo, incluindo o isolamento do paciente durante o período contagioso, rastreamento e monitoramento de contatos, e bloqueio vacinal seletivo para reforçar a imunização de indivíduos expostos. O monitoramento realizado não indicou a presença de casos secundários.
O Ministério da Saúde continua a monitorar os casos confirmados junto a vigilâncias estaduais e municipais, bem como à Câmara Técnica Nacional de Especialistas, que trabalha para interromper a circulação do sarampo e garantir a eliminação da rubéola e da Síndrome da Rubéola Congênita no Brasil.