O balanço dos resultados da Polícia Federal (PF) foi apresentado recentemente, revelando um aumento significativo nas ações contra o crime organizado em 2024. Em um cenário de esforço contínuo, a PF conseguiu impor um prejuízo de R$ 5,6 bilhões a facções criminosas, o que representa um aumento de 70% em comparação ao ano anterior, em que o dano alcançou R$ 3,3 bilhões.
Na cerimônia realizada no Palácio da Justiça em Brasília, o ministro da Justiça e Segurança Pública destacou a importância dessas ações, enfatizando que os dados não apenas evidenciam o sucesso das operações, mas também refletem a diminuição da capacidade de ação de grupos criminosos no país. O ministro ressaltou o trabalho incessante da PF, que vai além do combate direto, visando desarticular as estruturas financeiras das organizações criminosas.
A evolução da Polícia Federal ao longo dos anos também foi mencionada. O ministro Lewandowski observou que o amadurecimento institucional da corporação é evidente, especialmente em um contexto desafiador. Em 2024, a PF celebra 80 anos de atuação.
O diretor-geral da PF também apresentou objetivos estratégicos para o futuro, como enfrentar a criminalidade de forma eficiente, servir à sociedade com transparência e modernizar a instituição.
Ações coordenadas contra o crime organizado
A Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (Ficco) registrou um total de 222 operações em 2024, resultando na descapitalização de R$ 388 milhões de grupos criminosos. Durante este período, 1.032 prisões foram efetuadas e 1.907 mandados de busca e apreensão cumpridos. O fortalecimento da estrutura de investigação é notável, com um aumento das bases da Ficco de 27 para 33 em um ano.
Apreensões recordes de drogas e armamentos
A PF intensificou as apreensões de substâncias ilícitas, com a erradicação de 737.950 pés de maconha, representando um aumento de 76% em comparação ao ano anterior. As apreensões totais de maconha também subiram 15%, totalizando 479,1 toneladas, enquanto a retirada de ecstasy do mercado cresceu 20,7% com 607.886 comprimidos apreendidos. No que diz respeito à cocaína, foram 74,5 toneladas apreendidas, com um aumento de 2,8%.
A fiscalização de armamentos teve um impacto positivo na segurança pública, com uma redução de 30% na emissão de portes de armas e uma diminuição de 40,8% nas apreensões, totalizando 2.741 armas retiradas das ruas. Em contrapartida, a apreensão de munições aumentou 9,7%, chegando a 220.082 unidades.
Maior agilidade nas investigações
O tempo médio de conclusão de inquéritos policiais diminuiu de 621 para 461 dias, o que representa uma redução de 26%. Além disso, houve um crescimento de 9% no número de inquéritos instaurados e um aumento de 14% no volume de pessoas indiciadas.
Proteção ambiental e segurança na Amazônia
Com relação aos crimes ambientais, houve uma redução de 30% no desmatamento ilegal, que caiu de 16,5 mil km² para 11,5 mil km² em 2024. O Programa Amazônia Mais Segura (AMAS) investiu R$ 151 milhões na atuação da PF, potencializando a aquisição de helicópteros e lanchas para fiscalização na região. O combate a práticas ilegais, como o garimpo, com a implementação do Programa Ouro Alvo, também contribuiu para fortalecer a capacidade de rastreamento do ouro extraído de maneira ilícita.
Crimes cibernéticos e cooperação internacional
A PF ampliou suas ações no combate a crimes cibernéticos com a ferramenta Sistema Rapina, que visa a exploração sexual infantil e já está sendo adotada por 12 países, além de uma parceria com a polícia de Portugal. O Projeto Guardiões da Infância resultou na proteção de 174 vítimas de crimes sexuais e na ampliação da cooperação internacional, com o Brasil representado em 36 países e um delegado eleito para a Secretaria-Geral da Interpol.
Esses resultados demonstram que a Polícia Federal tem intensificado suas ações de combate ao crime organizado, impactando financeiramente as facções e contribuindo para a segurança pública no Brasil.








