Num tempo pouco distante, a política brasileira era como uma dança intricada, onde partidos buscavam afiliações baseadas no precioso tempo de TV, um elemento que transformava candidatos em produtos desejados pelos eleitores. O horário eleitoral gratuito era o palco dessa corrida frenética pelo sucesso, um espaço nobre nas emissoras onde candidatos podiam se metamorfosear em produtos consumíveis, prontos para serem absorvidos no dia da eleição. Era uma era em que a televisão reinava soberana, moldando opiniões e consolidando eleições através de jingles como “Lula la la surge uma estrela”, “LA La LA Brizola” e “KA KA KA KAfuri”, perpetuando-se na memória coletiva.
Contudo, como nas reviravoltas de um enredo literário, surge a questão crucial: e agora? Será que a televisão ainda detém o poder de decidir eleições? Estudos revelam que o cenário mudou, a TV perdeu parte de sua influência, e o horário eleitoral gratuito já não é o árbitro supremo das escolhas eleitorais. Uma nova narrativa se desenha, onde as redes sociais emergem como protagonistas, dominando o cenário do marketing político. São elas que, de forma intrigante, moldam candidatos em produtos, criam personagens capazes de conquistar corações e mentes.
O eleitor, agora mais do que nunca, busca afinidade, procurando por um representante que espelhe suas crenças e valores. Nesse teatro político contemporâneo, as redes sociais desempenham o papel de diretor, ditando em quem devemos depositar nosso voto, criando ídolos e mitos, uma função antes exclusiva da televisão. No entanto, é essencial destacar que a comunicação visual, em suas diversas formas, também desempenha um papel crucial nesse enredo eleitoral.
A era atual privilegia estratégias diversas, e a base de candidatos, a chamada “propaganda Casada,” parece ter mais peso do que o tempo de TV. Cada eleição é uma peça única, onde os comportamentos eleitorais se metamorfoseiam, os desejos se manifestam, mas uma constante persiste: uma base sólida de candidatos pode valer mais do que o brilho fugaz da televisão.
Refletindo sobre essas mudanças, as palavras dos Titãs ressoam: “É que a televisão me deixou burro, muito burro demais, E agora eu vivo dentro dessa jaula junto dos animais.” Uma indagação pertinente se faz presente: será que as redes sociais alteraram nossa percepção, ou ainda somos manipulados? Caros eleitores, estejam atentos aos personagens que se apresentam, pois a trama política continua a surpreender, e a compreensão dos protagonistas é essencial para decifrar os desdobramentos dessa narrativa em constante evolução.