Em uma tentativa de fazer com que Pequim faça uma demonstração pública de solidariedade a Moscou em meio à Guerra da Ucrânia, o presidente russo, Vladimir Putin, disse nesta sexta (30) esperar que o líder da China, Xi Jinping, faça uma visita de Estado na Rússia entre março e junho de 2023.
Em videoconferência transmitida pela TV estatal, o chefe do Kremlin disse: “Esperamos você, caro senhor presidente, querido amigo, na próxima primavera [no Hemisfério Norte] numa visita de Estado a Moscou”. Putin acrescentou que a viagem “demonstraria ao mundo a proximidade dos elos entre Rússia e China”.
Em uma fala de cerca de oito minutos, ele afirmou ainda que as relações sino-russas estão crescendo em importância como fator de estabilização e que pretende aprofundar a cooperação militar entre os países.
Na resposta, que durou dois minutos, Xi disse que a China está pronta para aumentar a colaboração estratégica com a Rússia num contexto que chamou de “difícil” no mundo como um todo.
A relação entre Rússia e China, que ambos os lados celebraram como uma amizade “sem limites” no começo deste ano, ganhou grande significado desde que Moscou invadiu a Ucrânia, em 24 de fevereiro.
Embora os países do Ocidente tenham imposto sanções sem precedentes contra a Rússia, a China se negou a condenar as ações militares do Kremlin. Tampouco fez demonstrações públicas de apoio, emplacando no lugar um discurso que destaca a necessidade de paz.
As exportações russas do setor de energia para a China cresceram com força desde o início do conflito, e hoje Moscou é o maior fornecedor de petróleo a Pequim. Mas até os chineses têm tomado cuidado para não fornecer apoio material que provocaria sanções ocidentais à China. Numa cúpula em setembro no Uzbequistão, Putin reconheceu as preocupações de seu colega chinês sobre a situação na Ucrânia.