Nos últimos anos, a disputa tecnológica e de mercado entre China e EUA tem ficado cada vez mais tensa. Considerando que a China está crescendo mundialmente no mercado internacional, os EUA estão começando a perceber a pressão econômica que os chineses exercem sobre eles.
Ainda mais que os EUA dependem de alguns dos produtos construídos e vendidos pela China. Contudo, segundo informações do jornal econômico japonês Nikkei Asian, a produtora de tecnologias Dell está com planos de deixar de utilizar os chips produzidos pela China até o ano de 2024.
Uma Dell mais independente
De acordo com informações do jornal, toda a cadeia produtiva da Dell estaria em reforma, de maneira que gradualmente diminuam a sua dependência de produtos terceirizados.
Sendo assim, a resposta da fabricante para o encerramento das atividades com a gigante asiática seria uma diversificação de sua cadeia produtiva. Ou seja, pretendem, dessa forma, ao mesmo tempo descentralizar a sua dependência tecnológica e estreitar relações comerciais com outros países.
Aparentemente, essa estratégia econômica dos Estados Unidos visa a aumentar a sua influência no mercado internacional enquanto enfraquece os ganhos econômicos de sua principal concorrente.
Contudo, essa aposta pode ser arriscada, pois, sem os EUA para comprar os produtos chineses, a China será obrigada a procurar outros compradores.
Terceirização
Apesar de boa parte das fabricantes tecnológicas do mundo se encontrarem no Vale do Silício, outros países também podem usufruir dos produtos terceirizados para diminuir o tempo de produção. Assim, ocasionam um excedente de produtos, consequentemente baixando o preço e aumentando a procura no campo internacional.
Vemos, por exemplo, uma emergência de marcas de celulares próprias da China, como Xiaomi e Realme, que atualmente são gigantes nos mercados asiático e europeu, fazendo frente e por vezes destituindo marcas estadunidenses como Apple e Motorola.
Com essa guerra tecnológica entre Estados Unidos e China, já vimos como essa disputa pode afetar os EUA. Um exemplo é o tamanho do mercado interno chinês e sua importância para a renda de alguns produtos, como os filmes. Devido às restrições chinesas quanto ao conteúdo que pode circular no país, muitos filmes hollywoodianos não podem chegar aos cinemas.
Desse modo, afeta em grande parte a arrecadação, por vezes correndo o risco de deixar algumas produções com bilheterias negativas.
Sendo assim, a competição entre produtos como celulares, notebooks, tablets, dentre outros, pode acabar gerando um desfalque na economia estadunidense, sem contar com as vendas perdidas nos mercados asiáticos e europeu.