O presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez uma declaração nesta terça-feira (25) e ressaltou que não enxerga o Centrão como uma organização coesa e afirmou que pretende conduzir conversas individualizadas com os partidos para tratar sobre a participação de cada um no governo. Segundo ele, esse formato de diálogo proporcionará mais estabilidade nas votações de matérias de interesse no Congresso Nacional.
No programa semanal, “Conversa com o Presidente”, transmitido pelo Canal Gov, Lula explicou que não busca dialogar com o Centrão como um todo, mas sim com siglas específicas, como o PP, o Republicanos, o PSD e o União Brasil, entre outros. A abordagem visa garantir o apoio e a colaboração dessas legendas ao governo, bem como proporcionar segurança nas votações necessárias para aprimorar o funcionamento do país.
O presidente enfatizou que a formação de acordos partidários é uma prática comum em governos democráticos ao redor do mundo, mas que no Brasil, infelizmente, isso é muitas vezes percebido como uma política de “é dando que se recebe”. Lula destacou que as pessoas que buscam colaborar com a administração têm todo o direito de pleitear uma participação no governo.
Embora manifeste abertura para a discussão sobre a participação das siglas aliadas no governo, Lula deixou claro que a escolha dos ministérios não é uma atribuição dos partidos, mas sim do presidente da República. Ele mencionou, por exemplo, o caso do Ministério da Saúde, cujo comando permanecerá sob a liderança da pesquisadora Nísia Trindade, ex-presidente da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), conforme sua decisão.
O presidente também esclareceu que o chamado Centrão não é uma coalizão ou grupo organizado, mas sim um conjunto de partidos que se unem em determinadas situações. Ele explicou que o termo surgiu na Constituinte de 1988, quando os partidos conservadores se agruparam para impedir avanços da esquerda na legislação. Atualmente, há cerca de 50 partidos que representam diferentes correntes políticas e visões na composição do Centrão.
Lula encerrou enfatizando que suas conversas com os partidos serão abertas e transparentes, reforçando que não há sigilo em sua vida política. A expectativa é de que, nos próximos dias, ocorram os primeiros diálogos com as legendas interessadas em apoiar o governo e participar ativamente da governabilidade. Com informações da Agência Brasil.