Segundo relatório da Polícia Federal, acessado pelo blog da jornalista, Andréia Sadi, o ex-assessor do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Luís Marcos dos Reis participou dos atos golpistas de 8 de janeiro. O relatório revela que ele chegou a subir na cúpula do Congresso na data.
Luís Marcos dos Reis, que é sargento do Exército, fazia parte da equipe do tenente-coronel Mauro Cid na Ajudância de Ordens de Bolsonaro. Ele também foi um dos presos na operação da PF contra fraude em cartões de vacina do ex-presidente e ajudantes, no mês de maio.
Na conclusão da PF concluiu o sargento participou dos atos golpistas, do acampamento no Quartel-General do Exército em Brasília e de trocas de mensagens incentivando a “tomada de poder pelas Forças Armadas”.
A PF encontrou no celular do militar, registros dele no 8 de janeiro.
Após enviar a um primo, vídeos em cima da cúpula do Congresso, pouco antes das 18h30, Luís Marcos dos Reis escreveu:
“Eu estou no meio da muvuca! Não sei o que está acontecendo! O bicho vai pegar!”.
Na sequência o sargento enviou um áudio, na mesma troca de mensagens, que dizia:
“Entraram no Planalto, no Congresso, Câmara dos Deputados, entrou no STF. E quebrou, arrancou as togas lá daqueles ladrão (sic). Arrancou tudo! Foi, foi. O bicho pegou hoje aqui!”.
Por volta das 20h, o sargento disse que já estava em casa e que trabalharia cedo no dia seguinte, mas que “o recado foi dado”.
Ainda segundo o relatório da PF informações do celular de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, mostrou que ele participava de um grupo que defendia manifestações antidemocráticas e golpe de Estado, e que tinha, entre os participantes, militares da ativa.
Em 21 de dezembro de 2022, um dos participantes afirmou: “Se o Bolsonaro acionar o 142 [artigo da Constituição que regulamenta a atuação das Forças Armadas], não haverá general que segure as tropas. Ou participa ou pede para sair!!!”.
Os participantes também criticavam o comando das Forças e faziam alusão ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. “Vai ter careca arrastado por blindado em Brasília?”, dizia uma das mensagens enviadas no grupo.