Durante a quarta-feira, 26, na 19ª edição do Acampamento Terra Livre, uma assembleia realizada anualmente desde 2004 pelo movimento indígena, foi aprovada a redação de um documento em que cobram mais atenção do Poder Público à educação escolar indígena.
Contribuíram com a escrita da Redação, educadores e lideranças de diversas etnias e de diferentes localidades. O objetivo é apresentar a carta ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva que deve comparecer ao encerramento do evento organizado pela Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) na próxima sexta-feira, 28.
O movimento indígena também está na expectativa de que durante o encerramento do Acampamento Terra Livre, o presidente anuncie a homologação de novas terras indígenas.
O ministro da Educação, Camilo Santana, também deve receber cópias do documento com as principais reivindicações do movimento quanto à oferta pública de instrução formal para os povos indígenas, que também será encaminhado a outros membros do governo, a governadores e prefeitos de cidades onde há a presença de comunidades indígenas.
O pedagogo e integrante da Organização dos Professores Indígenas do Ceará, Thiago Anacé, a criação de uma secretaria integralmente dedicada à educação escolar indígena, dentro do Ministério da Educação está entre as principais demandas do movimento indígena para o segmento:
“Não é interessante termos professores e gestores indígenas [atuando em] territórios indígenas de acordo com um modelo de educação anti-indígena que continue colonizando a educação e que não reforça o projeto de cada povo”, argumentou Thiago Anacé.