A impressão digital é definida como uma “característica do DNA que permite diferenciar cada indivíduo, relacionado ou não, a partir de uma amostra qualquer que contenha material genético”.
A partir disso, os movimentos fetais e a influência de nossos genes definem o “desenho” da nossa impressão digital. Em razão disso, nem mesmo os gêmeos idênticos possuem as mesmas características, sejam elas físicas ou psíquicas.
É com base em todos esses fatores que, a partir desse rastro de DNA variado, é possível identificar e diferenciar os indivíduos.
Uma breve história sobre as impressões digitais
Hoje, a maioria das pessoas usa a biometria para desbloquear seus dispositivos e autorizar saques em caixas eletrônicos, por exemplo. A impressão digital é usada atualmente, de forma corriqueira, nas questões de segurança, mas há séculos elas contribuem para os estudos de vários campos científicos.
As impressões digitais colhidas na cena de um crime ajudam os genealogistas forenses a desvendar casos, mas, além disso, elas são usadas nos estudos sociológicos e antropológicos do mundo.
Desde a pré-história, ou seja, desde antes do desenvolvimento da tecnologia da escrita, os seres humanos já deixavam marcas em suas cavernas. Sem a escrita configurada da maneira como hoje é conhecida, essa era a forma de expressão e comunicação daquele período.
No século XIX, essas marcas passaram a ser levadas em consideração nos estudos de vários campos da ciência. A partir da década de 1980, as matérias orgânicas, como as impressões digitais, foram de fato aplicadas no estudo de resolução de casos criminais.
Mas, afinal, quando foi encontrado o primeiro rastro de DNA?
Hoje, o canibalismo é proibido em grande parte do mundo, mas nem sempre foi assim. Essa prática, antigamente, associava-se à cultura alimentícia de alguns povos, inclusive aqui no Brasil. Entenda:
O renomado escritor e educador Darcy Ribeiro, em seu livro O Povo Brasileiro, explica a questão da antropofagia do povo Tupi que vivia no litoral brasileiro quando os colonizadores invadiram o país.
A diferença entre a antropofagia e o canibalismo se dá quando o primeiro é cometido por humanos que se alimentam de humanos, e o segundo é cometido por espécies em geral que se alimentam da mesma espécie. Contudo, a antropofagia também é chamada de canibalismo.
Ele explica que, enquanto os capturados dos europeus, ou seja, o povo Tupi, eram usados para servir de mão de obra escrava, os capturados do povo Tupi serviam de alimento.
“[Os Tupis] comiam seus prisioneiros de guerra porque, com a rudimentaridade de seu sistema produtivo, um cativo rendia pouco mais do que consumia, não existindo, portanto, incentivos para integrá-lo à comunidade como escravo.”
Darcy Ribeiro, O Povo Brasileiro (p. 35, edição de 1995)
Tanto os invasores quanto os rivais pertencentes a outras tribos serviam de alimento naquele período. Os capturados de tribos rivais tinham seus corpos expostos em uma celebração de comemoração da valentia daqueles que sobreviveram. O evento de comunhão agregava uma nova tatuagem aos vitoriosos.
Enfim, o canibalismo praticado antigamente fazia parte de uma cadeia alimentar que, na época, era configurada dessa maneira. O exemplo usado foi o do Brasil, mas isso aconteceu em todo o mundo e, por vezes, ainda surge um caso que ganha destaque nas mídias.
Os animais forneciam mais energia aos humanos, mas o ato da caça era, por vezes, mais cansativo do que o ato de capturar humanos para fins alimentícios.
Mas, afinal, qual é a relação entre o canibalismo e os rastros de DNA? Foi justamente a partir de um fóssil humano que praticava canibalismo que o primeiro rastro de DNA foi achado por arqueólogos.
O fóssil datado de 800 mil anos atrás foi encontrado durante uma expedição nas montanhas de Atapuerca, na Espanha, no ano de 1994. O ancestral encontrado foi apelidado de Homo antecessor. Apelidado porque não há uma classificação científica para ele.
Os arqueólogos encontraram ossos com marcas de corte e fraturas que indicavam o ato do canibalismo. O DNA humano de uma vítima estava presente nos dentes do fóssil, e, ao que tudo indica, foi deixado lá durante um conflito que resultou em canibalismo.
Desde então, a tecnologia no estudo usando rastros de DNA, tal como a impressão digital, se desenvolve para atender às necessidades mais simples, como desbloquear um celular, até as necessidades mais complexas, como entender o passado ou provar um grau de parentesco; ou, ainda, reconhecer uma pessoa não identificada.