A presidência da COP30 divulgou um novo rascunho da decisão final da conferência. O documento suprimiu a proposta de elaborar um plano de transição para a eliminação progressiva dos combustíveis fósseis, que, segundo o governo brasileiro, contava com o apoio de cerca de 80 países.
A exclusão do tema provocou desconforto entre as nações que defendiam a iniciativa. Representantes desses países afirmam que o novo texto, que se limita a mencionar a necessidade de “uma economia de baixo carbono”, reduz a ambição climática e pode comprometer o avanço das negociações em outras áreas.
Diplomatas indicam que os países favoráveis ao roadmap devem adotar posições mais firmes em negociações paralelas.
A decisão de retirar o compromisso ocorreu depois de críticas de países fortemente dependentes da extração de petróleo, gás e carvão. Essas nações alegaram que a proposta anterior impunha pressão excessiva sobre suas economias e exigia uma transição que consideram desproporcional.
Críticas
A versão revisada do texto também recebeu críticas de organizações subnacionais. Mark Watts, diretor-executivo da rede C40 Cities, afirmou que o rascunho mais recente do chamado Belém Political Package demonstra falta de ambição em pontos centrais da agenda climática.
Watts declarou que os documentos sugerem que várias partes estão tentando reduzir o esforço coletivo a cinzas. Segundo ele, não há avanço suficiente em relação aos combustíveis fósseis, à transição justa e à cooperação multinível. Ainda assim, avaliou que é possível retomar o rumo, desde que a COP incorpore a visão brasileira de uma conferência voltada para a implementação.
Temas ainda em aberto
Além da disputa em torno dos combustíveis fósseis, continuam sem consenso temas como o financiamento climático e as regras para lidar com medidas comerciais unilaterais, conhecidas como “protecionismo verde”. Esses pontos são apontados como essenciais para que a conferência avance rumo a um acordo equilibrado entre países desenvolvidos e em desenvolvimento.









