Aproximadamente 100 países, entre eles quase 40 chefes de Estado e de governo, anunciaram nesta quarta-feira (24) que vão apresentar novas metas climáticas antes da COP30, prevista para novembro em Belém do Pará. As declarações foram feitas na Cúpula do Clima, convocada pelo secretário-geral da ONU, António Guterres, e pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do Brasil, no contexto da semana de alto nível da 80ª Assembleia Geral em Nova Iorque.
“A ciência exige ação. A lei ordena. A economia impulsiona. E as pessoas estão clamando por isso”, declarou o secretário-geral das Nações Unidas em seu discurso de abertura.
Novos compromissos abrangem a maioria das emissões globais
Cerca de 100 Partes do Acordo de Paris, que juntas respondem por dois terços das emissões globais de gases de efeito estufa, já submeteram ou tornaram públicas novas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs), definindo seus compromissos para acelerar a ação climática.
Pela primeira vez, diversas grandes economias, incluindo a China, maior emissora mundial, e a Nigéria, divulgaram metas de redução de emissões de alcance econômico total, englobando todos os gases de efeito estufa e setores. Outros países apresentaram objetivos ambiciosos para energia renovável, iniciativas para reduzir emissões de metano, estratégias de conservação florestal e medidas para a eliminação gradual dos combustíveis fósseis.
Líderes ressaltaram que acelerar a transição energética pode criar empregos, estimular o crescimento e reforçar a segurança energética. Países em desenvolvimento destacaram a necessidade de incluir adaptação, resiliência e ações sobre perdas e danos em suas NDCs, e sublinharam a urgência de ampliar o financiamento climático para viabilizar essas metas.
Uma década de aceleração deve começar em Belém
Embora os compromissos anunciados na Cúpula Climática de Nova Iorque representem um avanço, as autoridades reconheceram que persistem lacunas de ambição que dificultam manter a meta de 1,5°C ao alcance e cumprir as metas de financiamento e adaptação.
Nos Diálogos de Soluções Climáticas, promovidos ao longo da semana de alto nível pela ONU e pelo Brasil, destacou-se que as tecnologias e ferramentas necessárias para descarbonizar os setores de energia, transporte e indústria, proteger florestas e aumentar a resiliência já existem; o desafio agora é ampliar o uso dessas soluções.
Com a COP30 a poucas semanas, o secretário-geral pediu que os países que ainda não concluíram suas NDCs o façam sem demora:
“A COP30 no Brasil deve concluir com um plano global de resposta credível para nos colocar no caminho certo.”
Ao encerrar a Cúpula do Clima, a vice‑secretária‑geral Amina Mohammed afirmou:
“Líderes de todo o mundo se uniram para mostrar que, mesmo em um momento de divisão e incerteza, a determinação para enfrentar a crise climática está viva e forte.”
Diálogos de Soluções
A série de Diálogos de Soluções Climáticas foi organizada pela ONU, pelo Brasil e por parceiros nos dias que precederam a Cúpula do Clima, com o objetivo de identificar medidas concretas capazes de acelerar a implementação do Acordo de Paris, fortalecer o multilateralismo e aproximar a ação climática de pessoas e empresas.
Os encontros reuniram governos, instituições internacionais, representantes da sociedade civil, dirigentes empresariais e atores financeiros para debater diversos temas relacionados à ação climática:
- Adaptação
- Infraestrutura pública digital
- Sistemas de alerta precoce e calor extremo
- Transição energética
- Financiamento
- Descarbonização industrial
- Integridade da informação
- Metano
- Atores não estatais
- Iniciativa Florestas Tropicais para Sempre
Informações adicionais estão disponíveis na página da Cúpula do Clima e na página especial da ONU Brasil sobre a COP30.








