Reconhecida como o maior encontro mundial sobre o tema, a 2ª Cúpula Global da Coalizão para a Alimentação Escolar, encerrada em Fortaleza (CE), destacou, na sua Declaração Final, as metas globais e os próximos passos da coalizão com foco na alimentação escolar, adotada como prioridade nas políticas públicas e nas decisões governamentais, com o objetivo de beneficiar mais de 150 milhões de crianças até 2030.
O evento contou com delegações de cerca de 80 países e reuniu mais de 1.500 participantes. Entre os representantes do governo brasileiro estiveram o ministro da Educação, Camilo Santana, e o vice‑presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin. A iniciativa foi organizada pelo Governo do Brasil, por meio do Ministério da Educação (MEC), em parceria com o secretariado da Coalizão para a Alimentação Escolar, sediado no Programa Mundial de Alimentos (PMA/WFP) da Organização das Nações Unidas (ONU).
Camilo Santana comemorou os resultados do encontro e ressaltou que apenas a educação tem capacidade de reunir tantas pessoas em torno de um mesmo tema. O ministro afirmou que é motivo de esperança ver representantes de lugares tão diversos unidos para reforçar que garantir alimentação adequada aos estudantes também fortalece a qualidade da aprendizagem e contribui para o enfrentamento da fome no mundo.
Aliança Global contra a Fome
A Declaração Final sublinha ainda o apoio à Aliança Global contra a Fome e a Pobreza e a consolidação dos avanços alcançados na Cúpula Nutrition for Growth. O documento destaca o aprendizado coletivo e a troca de experiências como eixos centrais, com ênfase em pesquisa, financiamento, investimentos e assistência técnica para robustecer programas nacionais. Ressalta-se também o papel das instituições financeiras internacionais em apoiar a alimentação escolar por meio de investimentos em educação, nutrição e capital humano, possibilitando mecanismos de financiamento inovadores.
Rede de Alimentação Escolar Sustentável
Segundo a Declaração Final, a Coalizão seguirá mobilizando governos, a sociedade civil e redes regionais, como a Rede de Alimentação Escolar Sustentável (RAES), além de procurar novos parceiros estratégicos. O trabalho continuará colocando as refeições escolares nas agendas globais, entre elas a União Africana, o G7, o G20, a Assembleia Geral da ONU e a COP31. O Programa Mundial de Alimentos (PMA/WFP) manterá o papel de secretariado da Coalizão, e os próximos encontros já anunciados são a Reunião Ministerial da Força‑Tarefa em 2026 e a terceira Cúpula Global em 2027.
Referência Mundial
O Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae), apresentado aos participantes da Cúpula, integra a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, iniciativa proposta pelo Brasil durante sua presidência do G20, com a meta de erradicar a fome até 2030, reforçando sua importância como política pública estratégica em âmbito internacional. Coordenado pelo Ministério da Educação (MEC), o Pnae está entre as maiores políticas desse tipo no mundo, atualmente assegurando refeições diárias a quase 40 milhões de estudantes em 150 mil escolas, totalizando 50 milhões de refeições por dia, com um investimento anual de R$ 5,5 bilhões.
Fora do Mapa da Fome
O programa contribuiu para a saída do Brasil do Mapa da Fome, em conjunto com outras políticas públicas contínuas de combate à insegurança alimentar e de promoção da cidadania. O país também se destaca pela atuação em cooperação técnica internacional; ao ingressar na coalizão, o Brasil levou a experiência bem‑sucedida de sua política vinculada à Rede de Alimentação Escolar Sustentável (RAES), que opera na América Latina e no Caribe desde 2018, apoiando diversos países na consolidação de políticas de alimentação escolar em parceria com a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO).
Coalizão
Em 2021, enquanto o mundo enfrentava os efeitos da pandemia de covid-19, 46 governos e 44 parceiros, liderados por Finlândia e França, mobilizaram-se e se reuniram durante a Cúpula dos Sistemas Alimentares para formar a Coalizão para a Alimentação Escolar. A alimentação escolar saudável pode apoiar de forma eficaz objetivos relacionados à educação, segurança alimentar, nutrição, saúde, proteção social, igualdade de gênero, transformação dos sistemas agroalimentares e medidas contra as mudanças climáticas, além de promover justiça social, desenvolvimento do capital humano e equidade entre gerações.








