O governo capixaba e a administração municipal de Vila Velha anunciaram nesta sexta-feira que vão assumir os custos de locação de moradias para 493 famílias residentes na ocupação Vila Esperança, na região de Jabaeté. A medida, decorrente de decisão judicial, será concedida a quem comprovar enquadramento nos critérios socioeconômicos do CadÚnico e na política local de assistência social.
Os interessados devem comparecer ao atendimento social organizado pela prefeitura, oferecido em estrutura montada próxima à área ocupada. O benefício será custeado em parceria pelo governo estadual, pela prefeitura e pela empresa proprietária do terreno.
Divisão dos custos
A despesa total está estimada em R$ 1,8 milhão, sendo R$ 1,3 milhão financiado pelo Estado, R$ 300 mil pela empresa dona da área e R$ 222.220 pela prefeitura. O valor corresponde a aproximadamente R$ 3,6 mil por família beneficiada. A empresa também disponibilizará veículos para transporte de pertences e espaço para armazenamento temporário por 21 dias.
Protestos na capital
Na última segunda-feira, moradores organizaram um protesto que interrompeu o trânsito nas avenidas Jerônimo Monteiro e Getúlio Vargas, no centro de Vitória. A manifestação provocou congestionamentos que se estenderam até cidades vizinhas. Líderes comunitários relataram ter se reunido com o governador, que sinalizou a possibilidade de ampliação do atendimento.
Determinação judicial
A 6ª Vara Cível de Vila Velha determinou, em 20 de agosto, a desocupação da área chamada “Fazendinha 13”, de propriedade da Fazenda Moendas Empreendimentos. A decisão autoriza o uso de força policial caso as famílias não deixem o local no prazo estabelecido. O juiz fixou auxílio de R$ 2,2 mil para 135 famílias classificadas como desabrigadas.
Questionamentos sobre o plano
A advogada que representa as famílias afirmou que o valor proposto é insuficiente e destacou inconsistências nos levantamentos sobre os moradores. Segundo ela, estudos realizados em 2022 já estão desatualizados para embasar decisões em 2025.
Divergências sobre números
As estimativas sobre a população da ocupação variam bastante. Moradores falam em mais de cinco mil pessoas; a prefeitura registra 690 famílias e a Defensoria Pública estadual contabiliza 800, sem consenso sobre os números oficiais.
Perfil dos moradores
Uma visita à comunidade em abril revelou diversidade entre os ocupantes, que manifestaram preocupação com a possível perda da moradia e expectativas quanto à regularização do local. Muitas famílias já haviam deixado a área anteriormente por temor de ação policial.
Atendimento municipal
A prefeitura mantém uma estrutura de atendimento social na região, com equipes multidisciplinares que oferecem suporte psicossocial, orientações educacionais e outros serviços para famílias em processo de relocação.








