Pesquisadores da Ufes criaram sete novos cultivares de café conilon, adaptados às condições climáticas do Norte do Espírito Santo. “Trata-se de um material constituído por um único clone com elevado teor de cafeína. É uma novidade que atende a um nicho de mercado”, destaca o professor Partelli
A Ufes é referência internacional no estudo do café conilon. Além de uma produção considerável de artigos científicos, a instituição desenvolveu sete novos cultivares: variedades projetadas para se ajustarem a diferentes características ambientais.
Entre essas sete variedades, destaca-se o cultivar Plena, uma das últimas registradas, cuja prioridade é a produtividade. Foram selecionados cinco materiais de alto rendimento entre 42 candidatos. Um experimento conduzido em condições similares às de Nova Venécia — região que concentra a maior parte da produção de conilon no Espírito Santo — apresentou produtividade elevada, conforme explica o professor de Agronomia da Ufes, campus São Mateus, Fábio Partelli.
Outro cultivar
Outro cultivar registrado pela Ufes é a Forte Guarani, desenvolvido para consumidores que preferem uma bebida com maior teor de cafeína. “É um material formado por um único clone com alto teor de cafeína, direcionado a esse perfil de mercado. Já houve procura por parte de cafeicultores e de empresas de torra interessadas neste tipo de café, que tem apelo direto ao consumidor”, explica o professor.
O Núcleo de Excelência de Pesquisa em Café Conilon reúne profissionais dedicados ao estudo e ao avanço tecnológico do conilon/robusta (Coffea canephora). A equipe inclui professores, pesquisadores e estudantes de graduação e pós-graduação (iniciação científica, mestrado, doutorado e pós-doutorado). O núcleo desenvolve diversas linhas de pesquisa, com ênfase em melhoramento, fisiologia, nutrição e manejo agrícola.
Confira os membros da equipe
- Alexandre Pio Viana, UENF
- André Monzoli Covre, Empresa Privada
- Antelmo Falqueto, UFES
- Cleidson Alves da Silva, Epamig
- Danillo Lima Pereira, UFES
- Deurimar H. Gonçalves Júnior, UFES
- Eustáquio de Castro, UFES
- Fábio Luiz Partelli, Coordenador, UFES
- Henrique Duarte Vieira, UENF
- Henzo Pezzim Salvador, Empresa Privada
- Jéssica Almeida Jorge, UFES
- José Cochicho Ramalho, ISA – Universidade de Lisboa
- José Francisco Lima da Silva, UFES
- Julio Cesar Pereira Machado, UFES
- Leandro Mendel da Cruz, INCAPER
- Lucas Louzada Pereira, IFES
- Maria Juliete Lucindo Rodrigues
- Niquisse José Alberto, UFES
- Valdemar Lacerda Jr, UFES
- Wanderson Romão, UFES
- Welington Braida Marré, INCAPER
- Wellington Castrillon Grella, UFES
- Weverton Pereira Rodrigues, UEMASUL
- Willian dos Santos Gomes, IFES
Variedades
Das sete cultivares registradas pela Ufes, há variedades adaptadas a altitudes mais elevadas, tipos específicos para as condições do sul da Bahia e cultivares desenvolvidas com foco no tamanho dos grãos e na produção de café solúvel.
“Tudo isso representa uma contribuição para a sociedade, ao promover o desenvolvimento do café e da agricultura no Norte do Espírito Santo e em regiões vizinhas”, afirma Partelli.
Novos estudos vêm sendo realizados em municípios capixabas e no sul da Bahia, avaliando cultivares adaptadas a baixas temperaturas, áreas sombreadas e exemplares de conilon autopolinizante. Há também pesquisa sobre uma variedade ajustada às condições do leste de Minas Gerais. O banco de material genético está preservado na Fazenda Experimental do campus de São Mateus, onde produtores interessados podem obter informações sobre as plantas.
Variedades de café conilon para o Espírito Santo
Um novo cultivar de café conilon é uma variedade melhorada desenvolvida por centros de pesquisa, como o Incaper e a Ufes, que reúne atributos agronômicos superiores: alta produtividade, resistência a pragas e doenças, tolerância à seca e qualidade de bebida. Esses cultivares resultam de longo trabalho de melhoramento genético e podem ser clonais (propagados por estacas) ou por sementes, oferecendo produção mais uniforme e estável aos produtores.
As primeiras variedades clonais de conilon para o Estado foram lançadas em 1993. O uso dessas variedades permite escalonar a colheita e otimizar a mão de obra, além de melhorar a organização das estruturas para secagem dos frutos e beneficiamento dos grãos. ‘Emcapa 8111’: composto por nove clones, de maturação precoce e uniforme, com colheita em abril e maio. ‘Emcapa 8121’: formado por quatorze clones compatíveis, de maturação intermediária uniforme, com colheita em junho. ‘Emcapa 8131’: agrupamento de nove clones compatíveis, de maturação tardia, com colheita entre julho e agosto.
Serviço:
Maiores informações no site https://cafeconilon.com








