Familiares e movimentos da sociedade civil realizaram um ato em memória dos dez anos da chacina que ocorreu em Osasco, Barueri e Itapevi, no estado de São Paulo. O episódio violento, que aconteceu em 13 de agosto de 2015, deixou 19 jovens mortos em um raio de 7 quilômetros, entre as 21h e às 23h daquela noite.

A maior parte das vítimas, 15 no total, foram mortas em Osasco, enquanto três ocorreram em Barueri e uma em Itapevi. Os assassinos eram policiais militares que agiram em resposta às mortes de um PM e de um guarda-civil metropolitano, ocorridas dias antes.
Manifestação pela memória das vítimas
O ato foi organizado pela Associação 13 de Agosto e pelo movimento Mães de Osasco e Barueri, aconteceu em um espaço na rua Alagoinha, no Jardim Mutinga, em Barueri. O evento reuniu representantes de outras associações de vítimas de violência, incluindo as Mães de Maio, da Baixada Santista, e Mães de Manguinhos, do Rio de Janeiro.
Antônia Lúcia Gomes da Silva, mãe de uma das vítimas, compartilhou sua dor ao relatar que precisou se mudar de Embu-Guaçu para Barueri para cuidar dos três netos que ficaram órfãos. Ela contou que não recebeu nenhuma indenização do estado e que os policiais envolvidos já estão livres.
Ninguém faz nada. O policial já está na rua trabalhando. Ele pode fazer a mesma coisa, sair matando [novamente] pessoas, pessoas pretas, pobres e da periferia, disse Antônia.

Justiça e punição
Aparecida Gomes da Silva Assunção, que perdeu o filho Leandro Pereira Assunção, de 36 anos, expressou sua frustração com a falta de punição efetiva aos responsáveis. Ela afirma que a violência continua atingindo jovens de forma repetida.
Rosa Francisca Correa, mãe de Wilker Thiago Correa Osório, morto aos 29 anos, relatou que o filho foi assassinado com 40 tiros quando voltava do trabalho. Ela descreve o luto constante que as famílias das vítimas enfrentam desde então.

Processos judiciais
Quatro policiais foram a julgamento dois anos após a chacina, sendo que dois receberam condenações longas. No entanto, após recursos, alguns dos acusados foram absolvidos em um novo julgamento em 2017. A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo informou que todos os PMs envolvidos foram expulsos da corporação.








