Uma equipe de auditores fiscais do trabalho resgatou uma família de uma situação análoga à escravidão nesta terça-feira (29), em uma propriedade rural de Januária, no norte de Minas Gerais.
A fiscalização relatou que o trabalhador rural, juntamente com sua esposa e dois filhos menores, viviam em um espaço de 20 metros quadrados, sem acesso a água potável ou condições básicas de higiene. A família tomava banho em área aberta, sem privacidade.
Condições de trabalho e promessas não cumpridas
O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) informou que o trabalhador atuava na propriedade desde 2019, sob a promessa de obter registro em carteira e melhorias na residência, promessas essas nunca realizadas.
Durante a inspeção, observou-se que o trabalhador percorria 7 quilômetros para buscar água. Seu salário era de R$ 80 por dia, sem qualquer registro oficial ou direitos trabalhistas, e ele manuseava agrotóxicos sem equipamentos de proteção individual, gerando risco à saúde, tanto dele quanto dos filhos.
Apoio à família e medidas legais
Um parente abrigou a família, que agora recebe acompanhamento da Secretaria de Assistência Social e do Conselho Tutelar de Januária. O proprietário da fazenda comprometeu-se a pagar os direitos trabalhistas devidos no prazo de dez dias.
Marcos Martins da Silva, chefe de fiscalização do Ministério do Trabalho e Emprego em Montes Claros, declarou que o Ministério Público estadual será acionado para assegurar também o pagamento de indenizações coletivas.
“Além disso, o trabalho escravo é crime, e o relatório será enviado à Polícia Federal para investigação e possível ação judicial contra o responsável.” O fazendeiro envolvido não teve seu nome divulgado.
Minas Gerais lidera, pelo segundo ano consecutivo, o ranking de resgates de trabalhadores em condições análogas à escravidão no Brasil.








