A União Europeia está considerando um conjunto mais amplo de medidas de retaliação contra os Estados Unidos, à medida que as perspectivas de um acordo comercial com Washington diminuem, segundo diplomatas europeus. Em 12 de junho, o presidente americano, Donald Trump, anunciou tarifas de 30% sobre o bloco europeu, com previsão de vigorar a partir de 1º de agosto.
O bloco europeu tem um pacote de tarifas suspenso, que cobre 21 bilhões de euros em produtos americanos até 6 de agosto, e ainda precisa decidir sobre novas contramedidas que podem alcançar 72 bilhões de euros em exportações dos EUA. As discussões sobre o uso do instrumento “anticoerção” da UE, que permite retaliação contra países que pressionam economicamente os membros, também se intensificaram.
Produtos visados na retaliação
Com o instrumento, o bloco pode afetar o comércio de serviços dos EUA, onde os americanos têm superávit comercial. Isso inclui limitar o acesso de empresas americanas aos mercados de serviços financeiros e licitações públicas no continente europeu, que movimenta cerca de 2 trilhões de euros por ano.
Outras possíveis medidas incluem a restrição de investimentos dos EUA, limitação na proteção de direitos de propriedade intelectual, e restrições à venda de produtos químicos e alimentícios americanos na Europa.
Estratégias de negociação e retaliação
Numa reunião de ministros da Fazenda em Bruxelas, autoridades enfatizaram que a principal estratégia é seguir para um acordo que evite as tarifas de Trump. No entanto, Maros Sefcovic, Comissário de Comércio do bloco, informou que o bloco está determinado a proteger suas empresas com contramedidas, caso as negociações não avancem.
Sefcovic apresentou aos enviados da UE um relatório preocupante sobre a situação atual, observando que uma tarifa de 30% tornaria o comércio transatlântico quase inviável. As chances de aliviar ou remover tarifas americanas de 50% sobre aço e alumínio e de 25% sobre carros e peças automotivas também são escassas.
O ministro das Relações Exteriores francês, Jean-Noel Barrot, chamou a nova ameaça de Trump de “chantagem”. Ele enfatizou que a prioridade é fechar um acordo comercial, mas não a qualquer custo. Trump alertou Bruxelas contra retaliações, afirmando que os Estados Unidos igualariam quaisquer novos impostos europeus, adicionando-os à tarifa base de 30%.








