Participar do Festival Internacional de Jazz e Blues em Rio das Ostras era um desejo antigo. Sempre que chegava o Corpus Christi, sentia crescer a vontade de viver aquele encontro intenso com a música, num cenário litorâneo, ensolarado e repleto de gente de todo canto do Brasil e do mundo. Este ano, finalmente realizei esse sonho: mergulhei nos quatro dias de festival, que foi de 19 a 22 de junho, e vivi momentos de reflexão e empoderamento que carrego comigo.
Rio das Ostras demonstra, na prática, como a inclusão e a união de forças podem transformar uma cidade. Percebi uma articulação clara entre o Executivo Municipal, as associações de turismo e comércio, o SESC e até o governo federal. O resultado? Um ambiente de igualdade, onde o público respira cultura e se sente parte de algo maior. Palcos espalhados por toda a cidade, desde a beira da praia até a lagoa, aproveitando os potenciais naturais e turísticos do lugar, e proporcionando oportunidades para mulheres negras, artistas e agentes culturais mostrarem seu talento.
É impossível não traçar um paralelo com nossa Vitorinha, que possui tanta vocação turística e poderia investir mais em iniciativas assim. Aliás, cidades litorâneas e com identidade cultural forte têm muito a aprender com essa experiência de Rio das Ostras: inclusão, equidade de gênero e valorização da cultura local podem e devem andar juntas.
Esse festival entrou para meu caderninho de metas realizadas. Fui em excursão, vivi os prós e contras, mas a satisfação de riscar mais um objetivo do papel foi impagável. Em 2024 já dei outros cheques importantes — curtir o carnaval no Sambódromo, passar um tempo com minha grande família em São Paulo — e cada uma dessas vivências me faz refletir sobre o poder dos sonhos, do planejamento e da realização.
Como mulher aos 50 anos, reafirmo: cultivar sonhos, planejar e buscar realizá-los é fundamental. Cada conquista, pequena ou grande, fortalece o empoderamento e a autoconfiança, nos inspira e nos conecta com outras mulheres, especialmente mulheres negras, que tantas vezes têm seus desejos silenciados pela sociedade. Que possamos sempre sonhar, planejar e realizar — seja a viagem tão esperada, a conquista da casa própria, ou a experiência de viver a cultura em sua essência. Dividir esses sonhos e conquistas com quem amamos só torna tudo ainda mais potente e transformador.
Seguimos juntas, porque empoderamento, reflexão e inclusão não podem ser só palavras: precisam ser vivências concretas, celebradas dia a dia. E que nossos sonhos nos impulsionem a criar realidades mais justas para todas nós.







