Os Estados Unidos anunciaram, no dia 2, uma tarifa recorde de 50% sobre produtos importados do Lesoto, marcando a mais alta taxa aplicada a qualquer nação. O presidente Donald Trump justificou essa medida alegando a existência de uma suposta taxa de 99% imposta pelo Lesoto sobre mercadorias americanas. No entanto, autoridades do país africano negam conhecer tal imposto e questionam os métodos de cálculo utilizados por Trump.
No passado, Trump descreveu o Lesoto como um país “do qual ninguém nunca ouviu falar”, o que levou o governo do Lesoto a ressaltar que os EUA mantêm uma embaixada na capital, Maseru.
Riqueza Cultural e Econômica do Lesoto
Apesar de ser uma nação pequena e totalmente cercada pela África do Sul, o Lesoto apresenta uma história rica e diversificada. Recentemente, o país comemorou 200 anos desde a fundação da nação Basotho e celebrou 58 anos de independência do Reino Unido. Além disso, seu cenário montanhoso é um atrativo para turistas, especialmente durante a temporada de inverno, quando se torna um destino popular para esquiadores.
Impacto das Tarifas no Comércio
A indústria têxtil é a espinha dorsal da economia do Lesoto, com 75% da produção voltada para o mercado dos Estados Unidos. O país também exporta diamantes, lã, mohair e energia, aproveitando isenções tarifárias dentro do bloco que inclui Botsuana, Namíbia, África do Sul e Suazilândia. Com a nova tarifa imposta pelos EUA, o custo dos produtos fabricados no Lesoto aumentará, prejudicando sua competitividade no mercado americano.
Em 2024, o comércio bilateral entre os Lesoto e os Estados Unidos atingiu US$ 240,1 milhões, com o setor de vestuário representando uma parte significativa desse total. Em uma nação onde quase metade da população vive abaixo da linha da pobreza e 25% enfrenta desemprego, essa nova barreira comercial pode ter consequências severas.
Buscando Soluções
Diante desse cenário desafiador, o governo do Lesoto está implantando medidas para mitigar o impacto das tarifas. O ministro do Comércio, Mokhethi Shelile, manifestou a intenção de buscar novos mercados na África, aproveitando a Área de Livre Comércio Continental Africana para aumentar as exportações. Além disso, uma delegação será enviada aos Estados Unidos com o objetivo de negociar um acordo comercial mais favorável. Shelile também expressou preocupações sobre o fechamento potencial de fábricas, que poderia afetar diretamente os 12 mil trabalhadores da indústria têxtil no Lesoto.