A gestão de Dilma Rousseff no Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), a instituição financeira dos Brics, tem gerado polêmica desde sua posse em abril de 2023. Com um segundo mandato prestes a começar, diversos relatos de assédio moral, metas atrasadas e demissões chamam a atenção para a administração da ex-presidente.
Desempenho do NDB e desafios
Documentos analisados afirmam que o NDB está comprometido em cumprir a maioria de suas metas estratégicas. A rotatividade de funcionários na instituição alcançou 15,5%, três vezes superior à média de 5% registrada em outros bancos multilaterais de desenvolvimento. Desde a chegada de Dilma, 46% dos colaboradores brasileiros deixaram a organização. Avaliações internas sugerem que “limitações em delegar autoridade” estão impactando a eficiência e a tomada de decisões.
Funcionários descreveram a atmosfera na instituição como disfuncional, sugerindo uma paralisia nas operações do banco. Em um voto de um diretor indiano, Prasanna Salian, ficou evidente que apenas 20% da meta de concessão de crédito foi atingida. Além disso, a performance em operações não soberanas alcançou apenas 10,7%, bem abaixo da meta de 30%.
Assédio moral e ambiente de trabalho
Relatos indicam um cenário alarmante de assédio moral sob a liderança de Dilma. Funcionários relataram que a presidente frequentemente grita e ofende a equipe, chamando-os de “burro” e fazendo comentários depreciativos que ecoam pelos andares do banco. As exigências de trabalho parecem exceder limites razoáveis, com jornadas que se estendem de 6h até 21h, levando alguns colaboradores a buscar assistência psicológica.
Os problemas internos foram corroborados por documentos de avaliação independente, que evidenciam a necessidade urgente de melhorias na cultura organizacional e nos processos de gestão. O contexto político também tem contribuído para aumentar os custos de captação e limitar a competitividade da instituição.
Falta de progresso na adesão
A análise dos últimos anos aponta que, enquanto sob a gestão de Marcos Troyjo novos países se uniram ao NDB, a administração de Dilma não conseguiu atrair novos membros. Isso levanta preocupações quanto à capacidade da instituição de se consolidar como um banco de desenvolvimento eficaz, conforme estipulado em sua fundação.
Respostas da administração
Em resposta às críticas, a assessoria do NDB afirmou que as metas estabelecidas são para um ciclo de cinco anos, enfatizando que a gestão ainda está em andamento. Quanto aos relatos de assédio moral, a diretoria não reconheceu qualquer ocorrência e negou a carga horária excessiva, reiterando que todos os funcionários têm folgas regulamentares.
Com relatórios anuais de 2023 e 2024 ainda não divulgados, a situação atual da gestão Dilma no NDB continuará sendo observada de perto, à medida que se busca uma melhora no desempenho e na cultura organizacional da instituição financeira.







