Sempre salvo alguns posts do Instagram que me dão ideias de textos e reflexões novas. O da vez foi do perfil Conversas Corajosas, na postagem consta a frase “Nós não vemos porque temos opinião sobre o que vemos” J. Krishnamurti, que acompanha um belo texto na legenda, vale a pena ler.
Resumindo o texto, a reflexão é sobre enxergar a realidade com um óculos, que já define como vemos as coisas, e pra mim o melhor exemplo é “como a criança que vê um dia chuvoso, abre a porta e começa a pisar feliz nas poças. Sem antes pensar ‘que dia horrível, não dá pra fazer nada!”.
Já conheceu uma ou mais pessoas que odeiam quando chove? Ou que você marcou um compromisso com aquele amigo, mas começa a chover e já sabe que a pessoa não vai vir? A reflexão não é sobre chuva, mas como vemos as coisas, nem que seja uma chuva, com aquele óculos da “adultice”. E aqui emprego o termo como algo negativo mesmo, como se “adultice” fossem os penduricalhos que vamos colocando naquilo que achamos que é ser adulto. Porém, ser adulto não é bem assim, você certamente conhece idosos que têm espírito de jovem, ou jovens com espírito de velho. Já dizia a música “Se você é jovem ainda” do Chaves: “Porque velhice não significa nada e a juventude volta sempre outra vez!”.
Você sabe quando começou a ver o mundo com o óculos da “adultice”? Ao contrário do que imaginamos, de que é algo natural, esse comportamento é ensinado desde a infância, basta ver como crianças reagem espontaneamente de maneiras inocentes em situações que nós, adultos, costumamos reclamar. Há beleza na inocência, não de ser ingênuo, mas de em sua simplicidade deixar-se ser espontâneo(a) assim como uma criança.
Só que simplicidade é a base para se desvencilhar dos óculos da “adultice”, é preciso brincar! Brincar vai além de pegar uma boneca ou um carrinho, não à toa jogos de tabuleiro fazem tanto sucesso com jovens adultos, e RPGs fazem sucesso com adolescentes até adultos que jogaram a primeira versão de D&D e nunca mais pararam. Esse brincar cria conexão, vínculos e amizades que duram uma vida. Parte do “levar a vida com leveza” é esse brincar, levar a vida com bom humor, se permitir ser espontâneo(a), aproveitar os momentos bons e sossegados, sem se perder na autocomiseração dos dias maus e estressantes. Usando um termo em alta, talvez seja desconstruir aquilo que entendemos como o que é “ser adulto”, para ter uma vida mais saudável, feliz e prazerosa.
