quinta-feira, 26 de dezembro de 2024

15 Dias: a descoberta do amor e das inseguranças

Quando comecei a ler 15 Dias, não sabia o que esperar exatamente, mas, logo de cara, me vi apaixonada pela história simples e profunda. O livro narra a história de Felipe e Caio, dois adolescentes que, por acaso, acabam passando quinze dias juntos e, durante esse tempo, descobrem muito sobre si mesmos e sobre os sentimentos que surgem entre eles. Não é um romance complicado com grandes reviravoltas, mas uma história cheia de emoções sinceras, medos e descobertas. E, sério, foi impossível não me envolver com cada detalhe dessa trama.

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Felipe é um garoto que, como muitos de nós, tem suas inseguranças. Ele não é muito popular, sofre bullying na escola, é gordo e gay, o que só aumenta suas dificuldades em se conectar com os outros. Ele sempre se sentiu deslocado e não tem muitos amigos, mas é com o Caio que ele começa a explorar sentimentos que até então ele não sabia que tinha. O que eu mais gostei no Felipe é como ele é real. Não é aquele personagem perfeito ou super confiante; ele é alguém que está aprendendo a lidar com o que sente e com quem ele realmente é. Eu acho que a maioria das pessoas, especialmente nós adolescentes, passamos por essa fase de descobrir nossos próprios sentimentos e como expressá-los. E o Felipe é super genuíno nesse processo.

Já o Caio é um personagem mais tranquilo, introvertido e bem reservado. Ele adora ler, e, no início, parecia um pouco distante, mas conforme a história vai se desenrolando, vemos que ele é muito mais do que parece. É através da convivência com o Felipe que o Caio vai se abrindo mais, e o que é legal é que a história deles se constrói aos poucos, sem pressa, mas com muito significado. Os dois começam a passar esses 15 dias juntos em circunstâncias um tanto inesperadas – é a oportunidade perfeita para que eles se conheçam melhor e, ao mesmo tempo, se descubram de uma forma muito íntima.

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O que me fez amar 15 Dias foi a maneira como o livro explora a vulnerabilidade dos dois. As cenas mais marcantes para mim são aquelas em que Felipe e Caio se abrem um para o outro durante a noite, quando estão prestes a dormir. De manhã, quando a luz está acesa e a rotina volta ao normal, eles fingem que não conversaram sobre coisas tão pessoais e profundas. Mas à noite, com a escuridão e a tranquilidade, eles se permitem ser honestos sobre seus medos e sentimentos. Isso me lembrou como, às vezes, a gente precisa de um espaço seguro para poder se expressar, longe do olhar do mundo, sem medo de julgamentos. É como se a noite fosse o momento em que eles poderiam ser totalmente verdadeiros.

Outra cena que me marcou muito foi o final, quando eles invadem a piscina do prédio para nadar, algo que faziam quando eram crianças. Essa cena é simplesmente fofa, porque mostra como, apesar de todas as dificuldades que enfrentam, eles ainda têm esse laço que os conecta. Eles são adolescentes, sim, mas também têm essa nostalgia da infância, e essa mistura de leveza com intensidade faz tudo ser ainda mais tocante. Para mim, essa cena representa o ponto de virada em que ambos estão prontos para encarar o que sentem, sem mais medos ou barreiras.

O livro também toca em temas importantes, como amizade e aceitação. Felipe, além de tudo o que enfrenta por ser gay, também se sente deslocado devido ao seu corpo, mas o que é interessante é que, mesmo com essas inseguranças, ele encontra amigos verdadeiros, como a Rebeca e a namorada dela, e, claro, o Caio. Esses laços de amizade são essenciais na história e mostram como, mesmo com todas as dificuldades da adolescência, sempre há uma rede de apoio que nos ajuda a seguir em frente.

Eu adorei como o livro não se preocupa em criar um enredo complexo ou grandioso. É simplesmente um romance fofo, com aquele toque de água com açúcar que faz o coração ficar quentinho. Não há grandes reviravoltas ou algo mirabolante acontecendo, e acho que é isso que torna a história ainda mais encantadora. É a vida real, com seus altos e baixos, e isso é o que a torna tão especial.

Se eu fosse escrever uma continuação de 15 Dias, com certeza mostraria mais sobre como o relacionamento dos dois evolui após esse período de convivência intensa. Como será que a relação deles vai seguir na escola? Como o Felipe vai lidar com seus medos e suas inseguranças agora que está se permitindo mais? Eu adoraria ver mais dessa dinâmica, especialmente porque a história deles está tão no começo, com muitas questões ainda abertas sobre o que eles realmente sentem.

Em resumo, 15 Dias é um romance simples, mas encantador, sobre como nos descobrimos e nos permitimos viver um amor, mesmo quando estamos inseguros e com medo. Não é uma história de amor épica ou cheia de dramas, mas é uma leitura que toca o coração, principalmente por sua sinceridade e leveza. Se você busca uma história de romance delicada e realista, 15 Dias é uma ótima escolha. Afinal, é exatamente esse tipo de livro que faz você sentir aquela sensação de “quero mais” depois de virar a última página.

 

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Ana Morelli Nunes
Ana Morelli Nunes
Estudante criativa e leitora assídua.

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