O governo federal está prestes a apresentar um pacote de corte de gastos, com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, confirmando que o projeto está finalizado e será enviado ao Congresso ainda esta semana. Inicialmente, Haddad irá apresentar o texto aos presidentes das duas casas legislativas, Arthur Lira e Rodrigo Pacheco, um passo esperado para a formalização do projeto.
As recentes reuniões entre o presidente Lula e Haddad focaram em fechar as últimas propostas, e o envio do pacote já era esperado pelo mercado, especialmente após a cúpula do G20 que ocorreu no Rio de Janeiro. A divulgação do pacote, embora adiada, está sendo aguardada com grande expectativa.
Dentre as principais propostas, uma mudança significativa envolve a limitação da regra que aponta os critérios para o aumento do salário mínimo. A nova medida poderá restringir os reajustes anuais a uma faixa entre 0,6% e 2,5% além da inflação, alterando a metodologia atual, que considera a inflação e o crescimento do PIB nos dois anos anteriores.
Além disso, as mudanças nas normas de aposentadoria para militares e no seguro-desemprego também estão entre as medidas propostas. No que diz respeito ao Benefício de Prestação Continuada (BPC), uma nova abordagem pretende considerar rendimentos obtidos por meio de trabalhos informais na avaliação de elegibilidade para o benefício, o que poderá resultar em uma redução dos gastos públicos diretamente associados a ele.
O abono salarial, um benefício anual correspondente a um salário mínimo para indivíduos que recebem até dois salários mínimos, também poderá ser revisto, com a proposta de que o limite de renda para recebimento do benefício seja reduzido para um salário mínimo e meio.
Esse pacote de corte de gastos reflete um esforço do governo em conter despesas e reestruturar políticas sociais, visando uma sustentabilidade fiscal a longo prazo. As próximas semanas serão cruciais para a análise e potencial aprovação dessas medidas no Congresso.