Ameaças de morte, agressão física, arma apontada para a cabeça e salários atrasados. Esses são os problemas que geraram uma crise extracampo no Real Noroeste, time de Águia Branca, no Noroeste do Espírito Santo, que revelou o atacante Richarlison, craque da Seleção Brasileira. Em campo, a situação também não é boa: o clube é último colocado no Grupo 6 da Série D do Campeonato Brasileiro e vice-lanterna da Copa Espírito Santo.
O estopim da crise aconteceu na noite da última terça-feira (13), quando a Polícia Militar foi acionada por dois atletas da equipe, após o presidente Flaris Olimpio da Rocha tentar dar um soco na cara de um jogador e, em seguida, destravar uma pistola e apontar para cabeça do atleta. Tudo isso aconteceu no momento em que os jogadores foram conversar sobre a rescisão de contrato e salários atrasados.
“Fui resolver a questão de salário e de contrato com o clube. Chegando lá, me ofereceram apenas R$ 146. Isso só podia ser brincadeira, afinal, já tinha trabalhado um mês e 15 dias. O presidente se alterou, sacou a arma, destravou e apontou para minha cabeça. Ele fez um monte de acusação, disse que eu estava lá cheirando pó, que eu era drogado. Sou pai de família, trabalhador e nunca usei nenhum tipo de droga”, contou o atleta que, por orientação de seu advogado, preferiu não se identificar.
O jogador do Real Noroeste afirmou à reportagem do MovNews que irá fazer um exame toxicológico e que o presidente do clube terá que provar todas as acusações feitas contra ele na justiça.
Ameaça constante
O caso não é isolado. Um atleta que deixou o Real Noroeste recentemente contou que durante o período que esteve no time viu coisas absurdas e que os jogadores não são tratados com dignidades. Ele ainda relevou que o presidente ameaça jogadores de morte.
“Toda vez que o time vai mal e perde, ele faz reunião e fala que mata, que se pegar jogador fazendo corpo mole ele manda matar. No dia da confusão (terça-feira, dia 13), eu disse para ele que não precisava levantar arma para ninguém”, contou o jogador que também pediu para não ser identificado.
Presidente nega tudo
A reportagem entrou em contato com o presidente Flaris Olimpio da Rocha, que negou tudo que ocorreu na última terça-feira (13). “Não aconteceu nada. Isso é invenção de jogador que gosta de mídia. Um tempo atrás outro jogador inventou a mesma história. Esses acertos de rescisão é com o pessoal do financeiro, não comigo”, disse.
Questionado sobre as ameaças feitas no vestiário do clube após derrotas em campo, ele negou. “Sou uma pessoa de bem. Por que uma pessoa do meu nível iria ameaçar alguém de morte? Tem muitos jogadores fracassados que criam essas conversas fiadas. Eu vivo no vestiário do clube o tempo todo, não entro só às vezes, eu vivo neste ambiente. Tenho participação diária com a comissão técnica”, destacou Flaris.
Por fim, o presidente disse que possui Concessão de Certificado de Registro para pessoa física para realizar atividades de Colecionamento de armas de fogo, Tiro Desportivo e Caça. Mas que não leva arma para o centro de treinamento.
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