Acontece, nesta terça-feira (14) o Dia Mundial do Diabetes. Com o objetivo de reforçar a conscientização sobre a doença, a campanha evidencia a importância da prevenção.
A doença não escolhe idade e pode se manifestar através de diferentes tipos: Diabetes Tipo 1, Diabetes Tipo 2 e Diabetes Gestacional.
Cerca de 15,7 milhões de pessoas são portadoras de diabetes no Brasil e apenas a metade sabe que tem a doença. No Espírito Santo a estimativa é de que o percentual de adultos acima de 18 anos portadores de diabetes seja de 9,6%, de acordo com dados da pesquisa do sistema que monitora fatores de risco e proteção para doenças crônicas, por inquérito telefônico (Vigitel) publicada em 2023.
Com base na população, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2023, o Espírito Santo registra em torno de 368.036 adultos portadores de diabetes, sendo 90% (331.232 pessoas) com DM2 e 10% (36.804) com DM1.
Diabetes Mellitus (DM)
Conhecida como Diabetes Mellitus (DM), a doença é crônica e acontece quando há altos níveis de glicose no sangue. Os níveis de glicose ficam elevados porque o organismo não consegue produzir insulina ou produz uma quantidade insuficiente; ou não consegue empregar adequadamente a insulina que produz. Desse modo, essa falta de insulina ou a incapacidade das células em responder à insulina leva a altos níveis de glicose no sangue, ou hiperglicemia, que é a marca do diabetes.
Em longo prazo, o descontrole da hiperglicemia pode causar danos a vários órgãos do corpo, levando ao desenvolvimento de complicações de saúde incapacitantes e com risco de vida, como doença cardiovascular, neuropatia, nefropatia e doença ocular, além da retinopatia e cegueira. Com o tratamento adequado do diabetes, essas complicações graves podem ser retardadas ou evitadas.
Tipos de diabetes
Diversas situações e condições podem desencadear o diabetes no indivíduo. A doença pode ser classificadas em três tipos: Diabetes Tipo 1, Diabetes Tipo 2 e Diabetes Gestacional. É extremamente importante que se identifique o tipo de diabetes para que o paciente seja tratado.
- Diabetes Tipo 1: ocorre quando o próprio corpo produz anticorpos, destruindo as células pancreáticas e provocando, assim, a diminuição da produção de insulina no organismo. Geralmente, acomete crianças e adolescentes, mas também pode aparecer em adultos e faz com que a pessoa precise de injeções diárias de insulina para manter os níveis de glicose no sangue sob controle. Esse tipo de diabetes não tem cura e necessita de tratamento permanente.
- Diabetes tipo 2: este tipo é diagnosticado na maioria dos casos em adultos e impossibilita o corpo a não obter o bom uso da insulina que produz. Uma das causas da manifestação da doença pode ser o sobrepeso, sedentarismo, triglicerídeos elevados, hipertensão e hábitos alimentares inadequados. O tratamento conta com uma alimentação e estilo de vida saudável, atividades físicas, além da necessidade de uso de medicamentos orais e/ou insulina para manter os níveis de glicose no sangue sob controle.
- Diabete gestacional (DMG): consiste em níveis elevados de glicose no sangue, durante a gravidez, pelo fato de a placenta produzir hormônios que podem reduzir a ação da insulina, que é o hormônio responsável pela captação e utilização da glicose pelo corpo. A doença pode ser transitória, restrito à gestação, porém as mulheres diagnosticadas precisam realizar acompanhamento médico, pois há um risco aumentado de desenvolver diabetes tipo 2 e de doença cardiovascular.
Novembro Diabetes Azul
A Secretaria da Saúde (Sesa) do governo realiza neste mês a campanha “Novembro Diabetes Azul” que aborda o tema “Saiba o seu risco, construa um futuro saudável”, alertando para os riscos da doença e a importância dos cuidados com a saúde.
A médica e referência técnica em Endocrinologia da Sesa, Juliana de Paula Peixoto, fala um pouco sobre a doença:
“O diabetes é uma doença silenciosa, que precisa de tratamento oportuno e eficaz. Tratar bem o diabetes inclui, além do controle glicêmico, avaliar o risco de complicações em face de outras doenças concomitantes, como hipertensão arterial e dislipidemia. Cuidar bem do coração e dos rins, com o uso de medicações para o controle de pressão e colesterol, é fundamental”, frisou.
A campanha também enfatiza a importância da prevenção e neste processo a alimentação adequada é fundamental para o controle glicêmico, podendo retardar ou mesmo evitar o surgimento do DM2 nas pessoas predispostas à doença.
A médica Juliana de Paula Peixoto reforçou sobre a importância da mudança de hábitos alimentares e da realização da prática de esportes como medidas preventivas e essenciais no controle do diabetes. “Evitar o consumo excessivo de bebidas açucaradas, como sucos de caixinha e refrigerantes, além do consumo de álcool, e intensificar a ingestão de alimentos in natura, ricos em fibras como frutas e verduras, pode reduzir o risco de desenvolver o diabetes”, complementou.
Onde procurar atendimento
A porta de entrada preferencial do Sistema Único de Saúde (SUS) é a Atenção Primaria à Saúde, (APS), responsável pelo cuidado e o acompanhamento das pessoas com a doença. Nesse sentido, o cidadão pode se dirigir à Unidade Básica de Saúde (UBS) mais próxima de sua residência para iniciar os cuidados com a saúde e o controle do diabetes.
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