Quais são as maneiras possíveis de ser tropicalista em 2023? Foi a partir dessa ideia que o regente Max Michel Alves dedicou-se à elaboração do conteúdo do concerto “Tropicália”, que será apresentado pelo Coral Jovem Vale Música nesta quarta-feira (25), às 19h30, no Teatro Universitário da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), em Vitória.
As entradas são gratuitas e podem ser retiradas na bilheteria do teatro uma hora antes do início do espetáculo.
Formado por 25 cantores de 15 a 24 anos, o Coral Jovem Vale Música vai revisitar o movimento capitaneado por Caetano Veloso e Gilberto Gil, tendo como fio condutor as canções do lendário álbum “Panis et Circensis”, de 1968. O roteiro incluirá homenagens a Rita Lee, Zé Celso Martinez Corrêa e Gal Costa, ícones do movimento que faleceram nos últimos meses.
Entre os convidados estão a atriz Natalia Cortelette, que vai recitar poemas inspirados no Tropicalismo, além dos coristas Pedro Malta, Emyr Apolônio e Pedro Henrique Miranda.
Preparação
Para elaborar este projeto, o regente Max Michel Alves dividiu o coral em grupos de trabalho com foco nos movimentos culturais dos anos 1950 e 1960, que antecederam o Tropicalismo, incluindo literatura, cinema, moda, artes visuais e, por fim, a música. A pesquisa incluiu uma palestra do professor do curso de Música da Ufes, Marcus Neves, pautada na influência do conceito de Antropofagia Cultural do escritor Oswald de Andrade (1890-1954) sobre o movimento tropicalista.
Segundo este estudo, o Brasil “devora” elementos da cultura estrangeira para devolvê-los ao mundo à sua maneira, partindo da ideia de um país miscigenado culturalmente.
“Dentro dessa pesquisa passamos por nomes fundamentais que inspiraram a Tropicália, como o artista plástico Helio Oiticica, o cineasta Glauber Rocha, o escritor Oswald de Andrade e os poetas Augusto e Haroldo de Campos, além, é claro, da escola baiana de Caetano, Gil, Gal, Tom Zé, os poetas Capinam, Torquato Neto e Os Mutantes. Foi um processo extremamente rico para os alunos conhecerem esse movimento tão importante para a música brasileira”, comenta Max.
Proposta cênica
Em sintonia com a diversidade de linguagens da Tropicália, o espetáculo vai conciliar a música com uma proposta cênica inédita, chamada pelo regente de “protótipo” de musical, uma vez que reúne elementos de musical, ópera e concerto coral. “É um espetáculo cênico que aglutina todas essas formas, bem no estilo tropicalista de ser”, define o regente.
O repertório do álbum “Panis Et Circensis”, considerado a pedra fundamental da Tropicália, será acrescido de uma composição experimental de Igor Cowosque, ex-aluno do Vale Música, em homenagem a “Lindonéia”, uma das faixas do álbum. Entre as canções previstas estão “Parque Industrial”, de Tom Zé, “Geleia Geral”, de Gilberto Gil e Torquato Neto, e “Baby”, de Caetano Veloso.
Concerto Tropicália
- Regência: Max Michel Alves
- Data: 25 de outubro (quarta-feira)
- Horário: 19h30
- Local: Teatro Universitário da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) – Av. Fernando Ferrari, 514 – Goiabeiras, Vitória – ES, 29075-910
- Entrada: gratuita. Retirada de ingressos na bilheteria do teatro uma hora antes do início do espetáculo
- Participações especiais: Natalia Cortelette (poesia). Pedro Malta, Emyr Apolônio e Pedro Henrique Miranda (coro)
Banda:
Ricardo Magris (piano)
Kauan Junior (sintetizador)
Gabriel Xavier (violão e guitarra)
David Reboli (baixo)
Rafa Ferreira (bateria)
Henrique Ferreira (bateria)
Afeni Nascimento (percussão)
João Pedro Camilo (percussão)
Marcos Vinicius Camilo (percussão)
Sopros:
Ailton Junior (trompete)
Eduardo Mariano (saxofone)
Rhyan Trindade (trombone)
Cordas:
Ana Vitória Sales (violino)
Alice Patrício (violino),
Maria Júlia Euzébio (violino)
Marcely Santos (viola)
Bruna Souza (violoncelo)
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