Durante a terça-feira (05) foi divulgada a Pesquisa Nacional de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), realizada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). De acordo com a Peic, pelo segundo mês seguido o nível de endividamento das famílias brasileiras caiu.
Em agosto o índice de endividamento recuou de 78,1% para 77,4%. Esse é o menor registro desde junho de 2022. Nos últimos 12 meses, a redução é de 1,6 ponto percentual. Diferentemente do nível de endividamento, a proporção de pessoas com dívidas atrasadas e das que afirmam que não conseguirão quitar os atrasos cresceu.
O percentual dos inadimplentes, as pessoas com contas atrasadas, chegou em agosto a 30%, igualando o resultado de dezembro de 2022. Já os consumidores que afirmam que não vão conseguir pagar as contas atrasadas, em agosto foi de 12,7%, a maior da série histórica iniciada em janeiro de 2010. A situação atinge principalmente as pessoas com renda de até três salários mínimos.
A pesquisa considera endividada a pessoa que tem compromissos a vencer, ou seja, não necessariamente conta já atrasada.
As modalidades de dívidas pesquisadas são cartão de crédito, cheque especial, carnê de loja, crédito consignado, empréstimo pessoal, cheque pré-datado, prestação de carro e de casa. Tanto no mês quanto no período acumulado de 12 meses, a queda no endividamento se deu em todas as faixas pesquisadas pela CNC.
Segundo o economista responsável pela Peic, Izis Ferreira, dois pontos contribuem para essa redução. “Um contexto mais benigno de inflação mais baixa em comparação com o ano passado e um mercado de trabalho resiliente, absorvendo pessoas de menor grau de instrução. Isso tem levado as pessoas a terem uma folga no orçamento, e um volume menor delas busca o crédito como meio para o consumo de bens e de serviço.”
Cartão de crédito
No orçamento das família brasileira, o cartão de crédito tem sido o grande vilão. Ainda segundo dados da CNC, a proporção de consumidores endividados com o cartão de crédito é de 85,5%. O cartão é seguido pelos carnês (17,1%), crédito pessoal (9,2%), e os financiamentos de carro (7,9%) e casa (7,5%).
A Pesquisa ainda revela que o tempo médio de comprometimento com dívidas é de 6 a 9 meses. O tempo médio de pagamento em atraso é de 63 dias. A parcela da renda comprometida com dívida é 29,9%.
Leia também:
Micro e pequenas empresas respondem por 79,8% das vagas abertas no país em julho