Entre os 78 municípos capixabas, está Boa Esperança, cidade localizada a 285 quilômetros da capital, Vitória, na região noroeste do Estado.
Boa Esperança é a cidade em destaque hoje na nossa série que desvenda os nomes dos municípios do Espírito Santo. Bora conferir o por que Boa Esperança?!
Boa Esperança
Boa Esperança surge em um contexto político turbulento, logo após o golpe militar que estabeleceu a ditadura no Brasil. Além do contexto político, a cidade também nasci enfrentando dificuldades econômicas devido à queda do mercado de café. Ainda assim, com trabalho árduo e otimismo a cidade prosperou e desde então celebra em 3 de maio toda sua vivacidade.
Sua história colonial está muito ligada a São Mateus e Nova Venécia, devido à proximidade geográfica dessas três cidades, levando a interações ao longo do tempo.
Antônio dos Santos Neves, conhecido como Antonico, um engenheiro civil de São Mateus, recebeu terras em Nova Venécia como dote de casamento e também adquiriu terras em Boa Esperança, onde planejava estabelecer uma serraria.
Em 1919, João dos Santos Neves solicitou a posse da terra ao presidente do Espírito Santo, Bernardino de Souza Monteiro, com a condição de gerar impostos através da exportação de madeira, iniciar a colonização em seis meses e beneficiar 120 hectares da terra em oito anos.
Devido à necessidade de derrubar a mata para a colonização, João dos Santos Neves comprometeu-se a instalar uma serraria moderna para beneficiar a madeira. A escritura da terra de Boa Esperança foi finalmente lavrada em 1920, com a medição realizada por Arthur Porto e Antonico atuando como coordenador da montagem da serraria, equipada com máquinas a vapor que chegaram de navio e subiram o Rio do Norte.
Em 1921, João Antônio do Livramento, vindo de Riachão do Dantas, Sergipe, chegou a Caravelas, Bahia, e posteriormente a São Mateus, onde se uniu a Antônio dos Santos Neves para trabalhar em uma serraria. Esse foi o início do movimento pioneiro de Boa Esperança. Inicialmente, a região era habitada por índios botocudos, mas o desmatamento causado pela exploração da madeira os forçou a enfrentar desafios.
A localidade foi chamada de Vila Boa Esperança devido às esperanças de prosperidade geradas pela exportação de madeira. O transporte da madeira inicialmente danificada pelo Rio do Norte levou à adoção de transporte em toras, embora isso também resultasse em perdas no rio.
Em 1940, os índios botocudos foram realocados para postos indígenas em Mucuri, Bahia, e Governador Valadares, Minas Gerais, para trabalhar na construção de ferrovias. O crescimento da região levou à sua transformação em distrito de São Mateus em 1949.
A década de 1950 testemunhou um aumento no povoamento, com serrarias e imigrantes italianos impulsionando a economia local com o cultivo do café. Isso atraiu migrantes do Sul do Espírito Santo e Minas Gerais em busca de terras para a agricultura familiar.
Em 1959, João Antônio do Livramento buscou documentos de terras de João dos Santos Neves para consolidar a posse das terras pioneiras. Esse crescimento culminou no desmembramento de Boa Esperança de São Mateus em 1963, com a aprovação da Lei nº 651. O município foi legalmente constituído em 1964, em meio a um contexto político e econômico conturbado no Brasil, marcado pelo Golpe Militar e a instauração da ditadura.
Segundo a história do município, João Antônio do Livramento tinha esperança de uma vida melhor por isso o nome Boa Esperança.
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