O apresentador Fausto Silva, conhecido como Faustão, encontra-se atualmente em uma fila de espera por um transplante de coração, ansiando por um órgão compatível que lhe ofereça uma nova chance de vida. A jornada do comunicador tem sido moldada pelo diagnóstico de insuficiência cardíaca, uma condição que mina a capacidade do coração de executar suas funções de maneira eficaz, exigindo medidas drásticas para sua recuperação.
As raízes da insuficiência cardíaca são diversas e podem emergir de uma gama de causas, incluindo danos ao músculo cardíaco decorrentes de eventos como infarto, miocardite e até mesmo doença de Chagas. Além disso, fatores como pressão arterial elevada, distúrbios nas válvulas cardíacas e predisposição genética também podem desencadear essa condição debilitante.
O cardiologista Vitor Dornela, do Vitória Apart Hospital, explica os sintomas que acompanham a insuficiência cardíaca, entre eles, fadiga, falta de ar e inchaço nas extremidades inferiores. A jornada para controlar essa doença crônica exige um tratamento que envolve uma abordagem multidisciplinar, incluindo monitoramento constante e orientação de uma equipe de especialistas.
Nos estágios iniciais, a estratégia de tratamento abraça mudanças no estilo de vida, como ajustes na alimentação, incorporação de atividades físicas regulares e abstenção de tabaco e álcool. Contudo, em casos mais severos, intervenções cirúrgicas como a implantação de marcapassos, desfibriladores e cirurgias de revascularização cardíaca podem ser necessárias para recuperar a funcionalidade cardíaca.
A alternativa extrema, em situações onde os tratamentos convencionais se mostram ineficazes, é o transplante de coração. Segundo o Dr. Dornela, “um coração saudável é transplantado para uma pessoa cujo órgão vital está profundamente debilitado ou disfuncional, principalmente em casos de insuficiência cardíaca severa ou outras condições cardíacas irreversíveis.”
Busca por um doador compatível
No entanto, a busca por um doador compatível não é uma jornada simples. O período de espera varia consideravelmente, dependendo da disponibilidade de órgãos adequados, urgência do caso e fatores geográficos. Dornela alerta que, embora algumas pessoas possam esperar apenas algumas semanas, outras enfrentarão uma espera de meses, ou possivelmente mais de um ano, enfatizando o desafio constante da escassez de órgãos doados.
Para otimizar essa espera angustiante, a medicina adota uma série de estratégias. Durante esse intervalo, pacientes continuam a receber tratamento medicamentoso específico, passam por monitoramento constante para manter sua aptidão para o transplante e podem participar de programas de reabilitação cardíaca. Dispositivos de assistência ventricular também são empregados para manter a circulação sanguínea até que um órgão adequado esteja disponível.
Filas para transplantes
No contexto brasileiro, o sistema de filas para transplantes é gerido pela Central de Transplantes do Sistema Único de Saúde (SUS), em colaboração com sistemas estaduais de saúde. O país adota um sistema de fila única, onde todos os pacientes elegíveis para transplantes são registrados em uma única lista de espera. A compatibilidade entre doador e receptor é crucial, considerando fatores como tipo sanguíneo, tamanho do órgão e gravidade da condição do paciente.
Doação de órgãos
É importante destacar que, no Brasil, a doação de órgãos só ocorre com a autorização da família do falecido, mesmo que a pessoa tenha manifestado o desejo de doar em vida. Essa autorização familiar é um passo crítico para possibilitar a doação e, consequentemente, oferecer oportunidades de transplante.
O cardiologista ressalta que a jornada de espera por um órgão compatível é uma experiência que traz desafios não apenas físicos, mas também emocionais, tanto para os pacientes quanto para suas famílias.
“Melhorar a conscientização e a disponibilidade de órgãos doados continua a ser um desafio constante para aprimorar o sistema de transplantes no país. A conversa franca com a família sobre o desejo de ser doador assume um papel fundamental para salvar vidas e proporcionar uma segunda chance àqueles que esperam por uma oportunidade de recomeçar”, reforça.
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