Você já deve ter se deparado com uma criança gritando com os pais, sendo agressiva com os colegas, ignorando as regras de comportamento do local. Talvez nesse momento ao ler essa frase você pensou em alguma criança que conhece.
O que leva uma criança agir assim? Falta de firmeza dos pais? Pais muito agressivos ou que mimam demais? Isso é falta de educação? Nem sempre. A falta de limites pode até levar a criança a agir dessa forma mas em alguns casos a pirraça e a teimosia é exagerada e constante, sendo assim o Transtorno Opositivo Desafiador (TOD) é a principal suspeita diagnóstica. Atualmente o TOD é um dos transtornos mais comuns em crianças e adolescentes, e vai além de uma simples falta de educação da criança.
O DIAGNÓSTICO
Identificar se uma criança tem ou não tem TOD exige uma avaliação clínica cuidadosa por parte dos profissionais envolvidos, o pediatra, o neurologista e o psicólogo. Geralmente quando chegam a um consultório clínico a família já foi acionada na escola que aponta a indisciplina e os comportamentos inadequados da criança dentro do ambiente escolar.
Vamos apontar alguns comportamentos: por exemplo, uma criança “mal educada” pode ainda sim desrespeitar e insistir em fazer aquilo que pedimos para não fazer por simples teimosia ou pirraça, qualquer criança pode apresentar comportamento semelhante e depois de uma advertência ou uma conversa conseguir refletir sobre suas atitudes.
Já uma criança com o Transtorno Opositivo Desafiador talvez não resolva apenas com uma simples conversa, ela apresenta uma postura de teimosia frequente com características desafiadoras e até vingativas. É importante avaliar a intensidade, a diferença entre a desobediência comum e o TOD, um ocorre em determinados momentos já o segundo, em praticamente todos os momentos, mesmo que a criança perceba seu erro ela mantém o comportamento.
SINTOMAS
Os sintomas relacionados ao comportamento são: questionadores e desafiam qualquer figura de autoridade, importante ressaltar que no diagnóstico de TOD a criança não desafia só os pais, é um comportamento que ocorre na escola e em qualquer local onde a criança ou adolescente precise se submeter a regras, se recusa a obedecer regras e frequentemente culpa os outros por seus erros ou comportamento. Apresentam um humor raivoso e irritável, perde a calma com frequência, é ressentido e se mostram vingativos em algumas situações.
COMO LIDAR
Procurando ajuda profissional os responsáveis podem ser orientados a como agir com aquela criança e/ou adolescente diagnosticado com TOD. É essencial que os pais, juntos ou separados, mantenham as mesmas regras e rotinas com o filho.
Ao dar ordens é importante falar de forma clara e objetiva, sem ficar se justificando. Seja direto ao expor as regras, imponha sem ser agressivo. Converse de forma a convencer antes de qualquer contra-argumento, você pode ouvir o questionamento mas mantenha sua palavra, isso ajuda a condicionar a criança a respeitar autoridades.
Elogie, lembre sempre dos acertos da criança. Sabemos que castigos e punições tem pouca eficácia, a criança precisa entender que as decisões são pensadas em conjunto para o bem de todos da família, e que tem vantagem seguir por esse caminho, mas é importante que todos tenham a mesma ideologia, os pais devem falar a mesma língua para evitar que o filho siga o que é mais permissivo.
Priorizar uma boa convivência em casa, momentos de interação familiar aumenta o vínculo afetivo, o que ajuda na adesão e engajamento por parte da criança para cumprir regras e rotinas pré-definida pelos responsáveis.
TRATAMENTO
Identificado o transtorno não podemos ser negligentes ao tratamento, que inclui acompanhamento médico, farmacológico e psicológico. A Psicoterapia vai auxiliar a criança e os pais a entender os sintomas, manejar comportamentos, aprimorar a comunicação entre pais e filhos além de desenvolver autorregulação emocional no paciente.
