O ex-presidente da Rússia (2008-2012) Dmitry Medvedev, aliado do atual mandatário, Vladimir Putin, disse nesta quarta-feira (22) que o país será “dilacerado” e “não existirá mais” caso não saia vitorioso da guerra na Ucrânia.
O conflito, que completará um ano na sexta-feira (24), teve início com uma invasão promovida por Moscou, que alegou os objetivos de proteger “russos étnicos” no leste ucraniano e de “desnazificar” e “desmilitarizar” o país vizinho.
Medvedev, hoje vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia, comentou no seu canal no Telegram o discurso que o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, proferiu na Polônia na terça- feira (21), um dia após uma visita surpresa à Ucrânia.
“Parafraseando uma expressão bem conhecida, Biden disse em Varsóvia: ‘Se a Rússia parar sua invasão, ela [a invasão] terminará agora. Se os ucranianos pararem de se defender, será o fim da Ucrânia’. Isso é pura mentira. A verdade é exatamente o oposto”, escreveu Medvedev.
“Se a Rússia interromper sua operação militar especial sem alcançar a vitória, ela não existirá mais, será dilacerada. Se os Estados Unidos interromperem o fornecimento de armas ao regime de Kiev, a guerra terminará”, apontou o aliado de Putin, alegando que uma derrota ucraniana não
representaria o fim da autonomia da ex-república soviética.
Na terça-feira, alegando que os Estados Unidos pretendem retomar teste nucleares, Putin anunciou a retirada da Rússia do acordo Novo START, que limitava o número de armas nucleares estratégicas dos dois países até 2026, com um máximo de 1.550 ogivas nucleares e 700 sistemas balísticos.
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