A menarca, ou primeira menstruação, marca o início da maturação do sistema reprodutivo feminino e é um evento biológico significativo no desenvolvimento das mulheres. Geralmente, esse primeiro sangramento ocorre entre os 11 e 14 anos. No entanto, a menarca precoce, definida como a ocorrência antes dos 11 anos, tem sido associada a diversos riscos à saúde na vida adulta.
Consequências da menarca precoce na vida adulta
Estudos indicam que iniciar a menstruação precocemente pode aumentar o risco de doenças cardiovasculares, síndrome metabólica, diabetes tipo 2, cânceres como o endometrial e o de mama, além de obesidade e hipertensão. Pesquisas também mostram que a idade da menarca tem se antecipado nas últimas décadas, especialmente entre grupos raciais e étnicos minoritários e aqueles de menor nível socioeconômico.
Obesidade e outros fatores de risco
Um dos principais fatores associados à menarca precoce é a obesidade infantil, que cresceu notavelmente em países desenvolvidos. Embora este seja um fator importante, não é o único. Pesquisas sugerem que genética e dieta também desempenham papéis cruciais nesse fenômeno.
Alimentos que adiantam a primeira menstruação
Estudos recentes mostraram que a ingestão elevada de energia e proteína pode estar ligada à menarca precoce. Para cada grama adicional de proteína animal consumido diariamente na infância, a menarca pode ocorrer cerca de dois meses antes. Em contraste, uma dieta rica em fibras e ácidos graxos monoinsaturados tende a atrasar esse marco. Outros fatores, como o consumo elevado de carne vermelha, grãos refinados e bebidas adoçadas, também estão relacionados a uma menor idade de menarca.
Além disso, a forma como as crianças são alimentadas desde cedo, incluindo a duração do aleitamento materno, pode influenciar a puberdade, especialmente pela sua interação com a microbiota intestinal.
Quanto mais frutas e legumes, melhor
A qualidade da dieta é essencial para determinar o momento da primeira menstruação, independentemente do índice de massa corporal. Pesquisas mostram que mulheres com uma dieta saudável, composta de frutas, verduras e grãos integrais, têm menor probabilidade de ter menarca precoce. Em contraposição, dietas ricas em sódio e gorduras trans, bem como o consumo excessivo de carne processada e bebidas com alto teor calórico, podem estar associadas a uma inflamação aumentada, afetando o início da puberdade.
Dieta como prevenção
Essas descobertas ressaltam a importância de considerar a menarca precoce como um indicador de distúrbios de saúde mais amplos. Intervenções dietéticas podem ser uma maneira eficaz de prevenir a puberdade precoce, destacando a necessidade de mais atenção a esse tema por parte de profissionais de saúde.