Das 39,9 milhões de pessoas vivendo com HIV em todo o mundo, cerca de 9,3 milhões não têm acesso ao tratamento adequado, o que leva a uma morte a cada minuto por causas relacionadas à Aids. Estes dados foram divulgados pelo Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (UNAIDS) nesta segunda-feira (22), antes da abertura da 25ª Conferência Internacional sobre Aids, que acontece em Munique, Alemanha.
O relatório destaca que, apesar do compromisso global de reduzir as novas infecções anuais para menos de 370 mil até 2025, o número de novas infecções em 2023 foi de 1,3 milhão, mais de três vezes o limite estabelecido. A UNAIDS alerta que cortes nos recursos e uma crescente oposição aos direitos humanos ameaçam o progresso alcançado até agora.
Winnie Byanyima, diretora executiva do UNAIDS, ressalta que é possível erradicar a pandemia de Aids como ameaça à saúde pública até 2030, desde que haja um financiamento adequado e proteção dos direitos humanos. “A atuação decidida das lideranças pode salvar milhões de vidas, prevenir novas infecções por HIV e assegurar que todos vivendo com HIV possam levar vidas saudáveis e completas”, enfatiza Byanyima.
Apesar dos avanços no tratamento, que reduziram pela metade as mortes relacionadas à Aids desde 2010 (de 1,3 milhão para 630 mil em 2023), o mundo ainda está longe de atingir a meta de reduzir essas mortes para menos de 250 mil até 2025. O relatório também aponta que o número global de novas infecções por HIV caiu 39% desde 2010 e 59% na África Oriental e Austral. Contudo, novas infecções estão aumentando no Oriente Médio, Norte da África, Europa Oriental, Ásia Central e América Latina.
O acesso ao tratamento antirretroviral cresceu de 47% em 2010 para 75% em 2023, indicando progresso na resposta ao HIV. A 25ª Conferência Internacional sobre Aids, que ocorrerá de 22 a 26 de julho, deve receber cerca de 15 mil participantes e será uma plataforma para compartilhar conhecimentos e experiências na luta contra a epidemia. Representantes do Departamento de HIV, Aids, Tuberculose, Hepatites Virais e Infecções Sexualmente Transmissíveis do Ministério da Saúde brasileiro estarão presentes para apresentar os resultados das estratégias brasileiras na resposta ao HIV.