Os fundadores da Iniciativa do Sarampo e Rubéola celebram os avanços das duas últimas décadas na busca pela erradicação das doenças.
De 2000 a 2021, o número anual de óbitos por sarampo caiu de 761 mil para 128 mil, uma redução de 83%.
O projeto, que ajuda a distribuir vacinas contra os vírus para crianças em todo o mundo, foi recentemente revitalizado. A associação incluirá os cinco fundadores originais e passa a contar com a Aliança Gavi e Fundação Bill & Melinda Gates como parceiros principais.
Distribuição de vacinas
Formada em 2001, em parceria entre Cruz Vermelha Americana, Centro dos Estados Unidos para Controle e Prevenção de Doenças, o Unicef e a Organização Mundial da Saúde, OMS, o trabalho foi ampliado em 2012 para também buscar a eliminação da rubéola.
A Iniciativa estima que já ajudou a salvar mais de 56 milhões de vidas em todo o mundo desde a sua criação. Desde sua fundação, mais de US$ 1,2 bilhão foi investido em atividades no controle das doenças, em parceria com a Aliança Gavi e a Fundação Bill & Melinda Gates.
Embora muito progresso tenha sido feito, o objetivo é seguir colaborando com os países e parceiros para atingir a meta da Agenda de Imunização 2030: salvar mais 50 milhões de vidas por meio do acesso a vacinas essenciais.
A imunização contra o sarampo contribui com uma grande porcentagem para esse objetivo.
Nova estratégia
O fortalecimento da Iniciativa ocorre em um momento em que o mundo tem visto o pior retrocesso contínuo na cobertura global de imunização em 30 anos, principalmente por conta da pandemia de Covid-19 e interrupções relacionadas.
A OMS avalia que o trabalho conjunto é essencial para lidar com o aumento de quase 40% no número de crianças não vacinadas em todo o mundo. O Unicef alerta que o número de infecções por sarampo subiu 79% apenas nos dois primeiros meses de 2022, em comparação com o mesmo período no ano anterior.
Segundo o Fundo de Infância da ONU, em 2020, 23 milhões de crianças perderam todas as vacinas básicas da infância. O maior número desde 2009 e 3,7 milhões a mais do que em 2019.
Impacto do sarampo na infância
O Unicef destaca que o vírus pode ser mortal entre as crianças. A infecção causa febre e uma erupção cutânea característica que começa no rosto e se espalha por todo o corpo.
Em alguns casos, complicações graves podem incluir pneumonia, diarreia grave, cegueira, encefalite. Também pode enfraquecer o sistema imunológico dos menores e aumentando a chance de acontecerem outras infecções mesmo depois da recuperação do sarampo.
Para o Unicef, é imperativo que a reconstrução pós-Covid conte com um compromisso de construir sistemas de saúde mais fortes, garantindo que todas as crianças tenham acesso às imunizações de rotina de que precisam para serem saudáveis.
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